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Caneladas do Vitão: Estupidez e covardia

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São Paulo

“Malandro é malandro, mané é mané”. Nada de marcar passo e ostentar a imbecilidade, o exibicionismo raso. Samba, quem é gente bamba sabe, é outra coisa. Ritmo popular e marginalizado que está na raiz de quem sabe o papel cultural, social e racial que tem pelo povo e pelo seu país. “É o meu Brasil brasileiro, terra de samba e pandeiro.” País que continua em vermelho com o seu povo pobre, periférico, preto. Quando o bicho pega a providência é golpear a previdência e estuprar os direitos... De quem sobrevive por milagre, sem explicação da ciência. Taxar quem tem muito e pode pagar não pode, velho golpe. Acinte que para mudar o ritmo precisa de um drible. “Um sorriso negro, um abraço negro”, de um represente privilegiado, “traz felicidade”. Para toda a comunidade e, por tabelinha, toda a sociedade. “Negro sem emprego, fica sem sossego, negro é a raiz da liberdade”. Triste é negro que nem sequer se considera negro. Livre-arbítrio transformado em desserviço. Simbolismo.

Capitão no gramado. Faixa no braço de quem não luta por quebrar corrente criminosa e canalha enraizada. “Pergunte ao Criador quem pintou esta aquarela, livre do açoite da senzala, preso na miséria da favela.” Jesus na testa não significa, necessariamente, procurar seguir os ensinamentos do Mestre. Neymar Júnior, 27 anos, que não é mais menino há uma década, é a imagem e semelhança do Neymar pai. Com p minúsculo. Personagem imposto, que soca torcedor rival no rosto. Quando perde. Atitude que não é muito diferente de quando ganha, só relembrar o chilique olímpico com outro fã no Maracanã. Ganha-se ouro, compra-se anéis, fica o dedo da falta de educação e de limite. Jogador não é escravo. A maior pobreza é a de espírito. Ousadia e alegria, para alguns, são ser o centro de atenção em pagode de segunda linha. Haja talento para a antipatia, para o desperdício, para a futilidade. Infantilidade que nada tem de ingenuidade, só de estúpida boçalidade. Dinheiro não compra respeito. Nem próprio, nem alheio. Neymar? “Apesar de você, amanhã há de ser outro dia”. Inclusive para o futebol brasileiro. “Arte popular do nosso chão, é o povo que produz o show e assina a direção.”

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