Caneladas do Vitão: Treinador merece os mesmos direitos de todos trabalhadores
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Vá com Deus, vá com Deus... Alô, povão, agora é fé! A decisão de Rogério Ceni de trocar o Fortaleza pelo Cruzeiro, mesmo tendo contrato em vigência e gozando de estabilidade, é um direito dele. Se tem multa prevista e ela for integralmente paga, não há absolutamente nada a se questionar. Nada! Exatamente igual a quando um clube manda um técnico embora...
Esse é o ponto. Em um país em que pessoas vão à rua gritar pelo direito de não se aposentarem e uma parcela adestrada de trabalhadores defende o fim dos direitos trabalhistas, a lógica é sempre derrotada, mas técnico é alguém que pode ser demitido como qualquer outro trabalhador.
Não se questiona um gerente demitido que não atinge a meta da sua empresa, um vendedor que fracassa, operário que é substituído por outro que custa menos, mas a rapaziada pós-moderna ovula de raiva e sobe nas tamancas quando um treinador é demitido ou, nem isso, quando se cogita a demissão. Há até quem defenda uma lei que proíba demissão ou substituição, uma aberração inconstitucional. Ora, Rogério tem todo o direito de largar o Fortaleza por uma proposta que lhe pareceu mais interessante (eu tenho minhas dúvidas se acertou, mas a decisão é dele, como não pergunto a nenhum jogador em qual jornal devo trabalhar), como o São Paulo tinha todo o direito de lhe dar o bilhete azul pagando o que estava previsto, como foi feito.
Não se trata de se colocar do lado do clube contra o jogador. Se eu tenho lado é sempre o do trabalhador. Sempre. Mas sem diferença entre técnico, jornalista, professor, pedreiro, médico...
Os clubes têm obrigação, sim, de cumprirem o assinado. Que é pagar o salário (direitos de imagem para burlar a Receita e pagar menos impostos inclusos) e, se for o caso, 100% do acordado na rescisão contratual. O mesmo vale para o técnico!
Pau que dá em Chico dá em Francisco!
Eduardo Galeano: "A liberdade do dinheiro exige trabalhadores presos no cárcere do medo".
Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!