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O futebol nunca mais será o mesmo depois do VAR. Isso é fato. A tecnologia entrou em campo de uma vez por todas. É caminho sem volta. Aos poucos, estamos nos acostumando com este novo esporte.
O gol mudou. Justo ele. A essência do ludopédio. O ápice, o momento mais sublime. Depois do VAR, pode-se gritar gol na arquibancada, no boteco, no sofá, no trabalho. Mas você nunca mais estará seguro de que realmente o placar vai ser alterado.
Um dos momentos mais marcantes destes primeiros tempos de VAR ocorreu na final da Copa do Brasil 2018, entre Corinthians e Cruzeiro. O jovem Pedrinho, num petardo de fora da área, estufou a rede do goleiro Fábio. O tento colocaria o Timão na frente do placar. E a equipe do Parque São Jorge ficaria com uma mão na taça.
Os fogos estouraram pelos céus da cidade. Vi três amigos, que assistiam à finalíssima em um boteco da Vila Buarque, saírem à rua como loucos. Comemoram. Pararam os carros. Gritavam é campeão. Alguns minutos depois veio a decepção. O juiz, numa avaliação que deixou margem para dúvidas, invalidou o gol. O homem do apito, com o auxílio do VAR, enxergou uma falta de Fagner em Dedé segundos antes do tirambaço desferido por Pedrinho. Clímax quebrado.
Jamais fui contra o uso da tecnologia no futebol. Acredito que os recursos tecnológicos devem ser empregados ao máximo. Sigo acreditando.
O problema, neste primeiro campeonato brasileiro com VAR, é a má utilização desta tecnologia. Uso banalizado do recurso. Demora excessiva nas decisões. Percebe-se falta de treinamento e despreparo.
As decisões são confusas. Não há transparência. A partida entre Palmeiras e Bahia, no último domingo, foi irritante. Desestimulante.
Já na estreia do VAR no Campeonato Inglês, vimos decisões rápidas e abertas ao público no telão. Uso cirúrgico. Por isso não podemos desistir do árbitro de vídeo. Não tem que arrumar o computador, mas a pecinha atrás dele.