Mano afirma que pode fazer o Palmeiras jogar bonito
Treinador, porém, diz que primeiro o elenco precisa resgatar a confiança
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O gaúcho Mano Menezes, 57 anos, deu a sua primeira entrevista coletiva como técnico do Palmeiras, nesta quinta-feira (5), ciente de tudo que circunda a sua presença no clube, que entrou em convulsão após a demissão do seu conterrâneo Luiz Felipe Scolari, 70 anos, nesta segunda-feira (2).
À frente do Verdão, o novo comandante tem que driblar a pressão de uma grande parcela da torcida, que não aprovou a sua contratação, acabar com o rótulo de retranqueiro e identificado com o Corinthians, onde teve duas passagens vitoriosas, e, por último e mais importante, fazer esse elenco badalado voltar ao páreo na disputa do título deste Brasileirão.
Mano mostrou que sabe o peso de dirigir o clube centenário, cuja história foi construída com grandes esquadrões de equipes.
“O Palmeiras tem um elenco com características de jogadores bem definidas para armar uma maneira muito legal de jogar. As próprias Academias tiveram características um pouco diferentes. A primeira pelo Filpo [Nuñez], a segunda pelo [Oswaldo] Brandão. Esse é objetivo de cada treinador, de cada trabalho”, disse, citando os treinadores criados dos esquadrões de 1961 a 1970 (Primeira Academia de Futebol) e depois de 1972 a 1976 (Segunda Academia).
Mano quer escrever o seu nome na história do Palmeiras. Essa começará ser contada contra o Goiás, neste sábado (7), em Goiânia, no estádio Serra Dourada.
Torcida desconfiada
“Eu sempre penso que o trabalho é o mais importante do que tudo e o torcedor é a razão do futebol. Ele, assim como a gente, quer títulos. Com pressão ou sem pressão, sendo unanimidade ou tendo algumas constatações, não temos garantia de quem vai ser campeão. Também não temos garantia quando um técnico chega como unanimidade. Se as coisas andarem bem, o torcedor é o primeiro a reconhecer. Da mesma forma que, quando as coisas não andam tão bem, ele é o primeiro a nos criticar.”
Namoro antigo
“Essa situação minha com o Palmeiras é uma situação especial, porque nós já havíamos conversado e manifestado intenção desse trabalho se realizar há dois anos. Por questões de escolha, de entendimento, de carreira, de continuidade no Cruzeiro, entendi que deveria dar continuidade lá. Entendo que aqui, com a estrutura que temos, com a capacidade que temos, se abre a possibilidade de um novo ciclo para continuar vencendo. Porque o Palmeiras é o maior vencedor do Brasil de todos os tempos.”
Sem rótulos
“Eu gostaria de lembrar as pessoas que estamos em 2019. Certas discussões, questões, fazem parte de um tempo um pouquinho mais para trás. O mundo está mais globalizado, todos nós notamos. Já vi muita gente se referindo a isso de forma positiva. Você constrói uma filosofia. Eu respeito e o mais adequado é respeitar a filosofia de cada clube. Procuro fazer, mas nem sempre consigo. ”
Jogar bonito
“Não tenho hábito de chegar e dizer qual maneira vai se jogar. O Palmeiras tem um elenco com características de jogadores bem definidas para armar uma maneira muito legal de jogar. Tenho certeza de que precisa, pela ordem, produzir resultados. E é a partir dos resultados que gera confiança, oferece algo que seja mais bonito de se ver, que o torcedor gosta. Ao longo da história tem grandes referências. As próprias Academias [de Futebol] tiveram características um pouco diferentes. A primeira [1961 a 1970] pelo Filpo [Nuñez], a segunda [1972 a 1976] pelo [Oswaldo] Brandão. Esse é objetivo de cada treinador, de cada trabalho.
Estilo Felipão
“Seria bem fácil para eu dizer que jogo totalmente diferente do Felipão, mas acho que seria desrespeito meu com o Felipão, e eu não faria isso. Ele escolheu uma maneira de jogar, vinha dando certo até a parada da Copa América, mas o futebol meio que inexplicavelmente não permite a sequência. Vamos olhar para a frente, e vocês logo vão ver como vamos escolher a maneira de a equipe jogar.”
Luta pelo título
“No Campeonato Brasileiro, todo mundo pode ganhar de todo mundo. Você não tem facilidade nunca, vai jogar, tem que respeitar, se impor. Se você tem mais qualidade, tem que ganhar, isso é o que faz a diferença na tabela de classificação, mas não porque serão mais fáceis ou não, mas porque temos que voltar a ganhar jogos como esse, porque esse aproveitamento é o que vai fazer a diferença.”