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Há 21 anos, foi promulgada a Lei Pelé, considerada por muitos a grande vilã dos clubes do interior, que sobreviviam principalmente da formação e venda de suas jovens promessas.
Curiosamente, naqueles meses seguintes, o Bragantino disputava pela última vez a Série A do Campeonato Brasileiro, sete temporadas depois de incomodar os grandes clubes do país e chegar ao vice no Nacional.
De lá para cá, sem dúvida, os times do interior de São Paulo e do Brasil passaram por períodos difíceis e a maioria se encontra em situação de penúria —disputando estaduais a cada ano mais reduzidos.
Mas, assim como dizem sobre o bom e velho rock’n’roll, embora não seja mais o mesmo, o futebol caipira está longe de morrer.
O Bragantino renasceu com a parceria com a Red Bull, conquistou o acesso à elite com cinco rodadas de antecedência e, com altos investimentos, promete voltar a atormentar os gigantes do Brasil.
Dinheiro realmente ajuda, mas não é tudo. Que o diga o Ituano, que, com menos recursos que o time de Bragança, embalou na Série D do Brasileiro até conseguir o acesso à Terceirona.
São Caetano e XV de Piracicaba também encerram o ano com saldo positivo. Embora ainda não tenham disputado a final da Copa Paulista, ambos deram a volta por cima após decepções no Estadual e garantiram vagas no calendário nacional —tudo indica que o campeão optará pela Série D, enquanto o vice vai abocanhar uma grana alta pela participação na Copa do Brasil.
Quem sabe, ainda, consiga surpreender e seguir os passos do Paulista, de Jundiaí, campeão do mata-mata nacional em 2005.
Após chegar ao fundo do poço, o Galo do Japi faturou o caneco da quarta divisão estadual neste ano, com a melhor campanha, e renovou as esperanças do seu torcedor em um futuro promissor, como havia muito tempo não se via.
Em diferentes níveis e apesar de todos os problemas, o futebol do interior paulista continua vivo e tem até motivos para festejar.