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Era 10 de dezembro de 1961. Em algum desses momentos inexplicáveis do futebol, o XV de Piracicaba batia o Santos de Pelé de virada por 2 a 1, no Robertão, o antigo campo da rua Regente Feijó que, como tantos outros do interior, deu lugar a um supermercado.
Diante de tal milagre ao término da etapa inicial, a implacável torcida piracicabana, que costumava receber os adversários na mira de rojões, xingava, vaiava e provocava o Rei, que, caçado impiedosamente pelos beques zebrados, pouco produzia. Porém, o esquadrão da Baixada acordou no segundo tempo e, com quatro gols da dupla Pelé e Coutinho, virou o placar para 7 a 2.
Junto do alambrado, diante da turba enfurecida, o Rei levou a mão ao cotovelo. Felizmente eram outros tempos e o maior craque da história não pegou cinco jogos de gancho por responder à provocação, como o palmeirense Felipe Melo, e seguiu liderando a máquina santista naquele Paulistão.
Ao Nhô Quim coube a "honra" de ter sido o nono clube que mais sofreu gols de Pelé, 26 vezes, menos do que o Trio de Ferro e outros coirmãos do interior, como Botafogo e Guarani, em uma época em que o Campeonato Paulista era o principal torneio do país.
Contra o Pantera, aliás, o Rei cravou seu recorde pessoal de oito gols em um único jogo, em 1964, na vitória do Peixe, na Vila, por 11 a 0.
Nesta semana, quando se completaram os 50 anos do milésimo gol, o Fantástico encontrou fotos inéditas daqueles tentos. O vídeo dos 7 a 2 sobre o XV, por alguma bênção, está disponível no YouTube. Tenho esperanças que um dia apareça um rolo de filme do gol que ele próprio considera o mais bonito, aplicando uma sequência de chapéus em adversários antes de estufar a rede, na Rua Javari, em um triunfo sobre o Juventus.
Para uma geração, como a minha, que não viu Pelé jogar e precisa se contentar em ter como ídolos Neymar, Paquetá e Coutinho —não o Antônio, mas o Philippe mesmo—, são registros valiosos que sempre nos lembrarão que já tivemos um futebol bonito e o maior craque da história.