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Mundo Olímpico: Clima quente para Tóquio-2020

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São Paulo

Não é apenas a temperatura ambiente do verão japonês, que chega a superar os 40ºC, que promete esquentar os ânimos durante a Olimpíada de Tóquio, no ano que vem. Uma disputa política e econômica com a Coreia do Sul pode interferir diretamente nos Jogos.

Tudo por causa de uma bandeira: a do Sol Nascente, símbolo da época imperialista dos japoneses, que dominaram a região da Ásia e Pacífico entre 1910 e 1945.

A bandeira do Sol Nascente, símbolo do período colonialista do Japão que é odiado por sul-coreanos e outros povos da Ásia, faz parte da cultura japonesa - Arquivo

Embora a bandeira oficial do país seja o círculo vermelho no centro de retângulo branco, a bandeira do Sol Nascente, com 16 raios vermelhos saindo do centro, ainda é o símbolo usado pela Marinha do país e muitas vezes agitada pela população em eventos públicos.

E é justamente para proibir essas manifestações durante os Jogos que a Coreia do Sul está pressionando. O ministro do Esporte sul-coreano chegou a pedir formalmente ao COI (Comitê Olímpico Internacional) para banir a bandeira.

A alegação é que ela é “o símbolo do demônio para asiáticos e coreanos, assim como a suástica é o símbolo nazista que relembra os europeus de invasão e horror”.

Como a Sol Nascente não é usada em eventos esportivos, o COI nada pode fazer. Mas promete agir durante a competição, analisando caso a caso. Como o regulamento olímpico proíbe qualquer manifestação política, resta saber se a bandeira será encarada como tal nas competições.

Representantes do comitê organizador da Olimpíada já se pronunciaram e afirmaram que a bandeira é uma questão cultural e que não tem por que ser proibida, uma vez que é “largamente aceita pela comunidade internacional”.

De qualquer forma, muita água ainda vai rolar até a cerimônia de abertura dos Jogos, em 24 de julho. O que pode ser percebido é que as relações entre japoneses e sul-coreanos não devem melhorar até lá.

Ao contrário. Desde a Segunda Guerra Mundial, quando os sul-coreanos foram forçados a trabalhar em minas e indústrias japonesas, os vizinhos ainda não conseguiram se entender.

Sebastião Claudinei Queiroz

47 anos, é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, pós-graduado em Gestão de Marketing pelo Centro Universitário Senac e tecnólogo em Gestão do Esporte pela Universidade São Marcos. E-mail: claudinei.queiroz@grupofolha.com.br

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