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Aonde vai, há algum tempo, Vanderlei Luxemburgo tem de responder às críticas de que está ultrapassado. O questionamento voltou agora, após um trabalho satisfatório no Vasco que lhe deu a oportunidade de retornar ao Palmeiras.
Com um bom elenco nas mãos, o treinador de 67 anos terá a chance de provar que não parou no tempo. E o desafio maior não será exatamente mostrar conhecimento de futebol, mas entender que o jogador de 2020 não é o boleiro dos anos 90.
O perfil mudou. Luxemburgo, assim como Felipão, não soube se adaptar. Seu grande problema nos últimos 10 ou 15 anos não foi perder o bonde da história em questões táticas, mas insistir em tratar Gabigols como Edílsons.
Não adianta mais proibir cabelos pintados, como Luxa fez com Dinei no Corinthians. Não que adiantasse antes, isso sempre foi ridículo. Mas basta ver o Flamengo que disputa hoje o título mundial, com praticamente todo o time oxigenado, para observar que algumas das práticas habituais de outrora já não são mais possíveis.
O próprio Vanderlei admitiu essa dificuldade. Em entrevista concedida ao UOL em 2017, ele lamentou que os atletas da atual geração não respondem à abordagem usada com Clebão.
“Você conseguia penetrar no jogador de antigamente, tirar o máximo dele. Hoje, os jogadores estão muito melindrados, cheios de assessor de imprensa, de empresário, disso e daquilo. Você não pode mais agredir o cara”, reclamou.
“Não é agredir o cara. É penetrar duro, forte. Quantas vezes eu não fui grosso? E o jogador ia lá e me representava”, acrescentou.
Você pode argumentar, não sem razão, que de fato o boleiro moderno se infantilizou em sua bolha de parças. Mas já foi. É isso. Dudu não é Edmundo, mesmo vestindo aquela camisa 7.
O Pofexô só terá chance de sucesso se compreender isso. Aí, poderá ser de novo chamado como definiu o saudoso Avallone: “Vanderlei Luxemburgo, vírgula, o estrategista”.