Caneladas do Vitão: Lavar as mãos como cidadania e resistência
Ninguém sabe quando vai acabar, mas sabemos que vai passar o problema da pandemia do coronavírus
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Amanhã há de ser outro dia... Alô, povão, agora é fé! Lavar as mãos, ato de higiene e, hoje, de cidadania e resistência à pandemia do coronavírus, é uma expressão que, historicamente, sempre foi usada como sinônimo de se isentar, de se acovardar, de terceirizar e fingir que não tem nada com a decisão que vai prevalecer…
À vera, lavar as mãos, nesse sentido, é, à Pôncio Pilatos, dar as mãos de forma covarde ao lado mais forte, ao que vai vencer, mesmo que essa opção seja a pior dentre todas as possíveis e que acabe afetando o próprio isentão depois.
Tratemos do futebol. Temos duas certezas: ninguém sabe quando vai acabar, mas sabemos que vai passar o problema da pandemia. Quando a vida do planeta (levanta a mão aí quem também é terraglobista como eu) voltar ao normal, o esporte, óbvio, também voltará à ativa. E o que será do esporte e, particularmente, do futebol brasileiro pós-pandemia?
Os clubes vão lavar as mãos e deixar às federações o poder de decidir o que fazer? É a FPF e a Ferj que vão decidir, por Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo, se os campeonatos estaduais continuarão? Qual o tamanho que terão? Se serão mantidos e como serão mantidos a partir de 2021?
Os jogadores e o sindicato dos jogadores vão lavar as mãos e deixar para os clubes o poder
de decidir quando e quantos jogos farão?
As confederações nacionais vão lavar as mãos e deixar para as confederações continentais o poder de decidir o calendário mundial de seleções? Isso, claro, se os clubes não lavarem as mãos antes e não se recusarem a ceder os atletas a torto e a direito às seleções.
E, nós, torcedores, vamos continuar lavando as mãos, sustentando e batendo palma para tudo isso aí?
Friedrich Nietzche: “Tudo é precioso para aquele que foi, por muito tempo, privado de tudo”.
Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!