Descrição de chapéu Opinião

Caneladas do Vitão: Futebol nunca será só futebol

Clubes, jogadores e torcedores podem e devem ajudar no combate ao coronavírus

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Meu São José, tu protejas a Serrinha, que felicidade a minha, eu poder te contemplar, tua capela, tua capela é tão bela, enfeita o morro, e quem te pede socorro não é só quem vive lá... Alô, povão, agora é fé! Vivemos um momento em que, em diferentes escalas, guardadas as devidas proporções, realidades e possibilidades, todos, cada pessoa e cada instituição com um pingo de inteligência e solidariedade, temos duas perguntas a fazer: o que fazer por nós, para nos protegermos? O que fazer pela coletividade?

Por que as sedes dos clubes —que recebem isenção fiscal por, supostamente, darem contrapartida social— não podem ser usadas como postos de saúde? Será que os sócios dos clubes, em horários escalonados, para evitar aglomerações, não podiam ser convidados a doarem sangue? O noticiário já dá conta que uma das primeiras consequências do isolamento é a redução dos estoques de sangue nos hospitais.

O atacante sueco Zlatan Ibrahimovic, do Milan, criou um fundo para ajudar hospitais na Itália, um dos países mais afetados pelo coronavírus, e convocou jogadores a contribuir
O atacante sueco Zlatan Ibrahimovic, do Milan, criou um fundo para ajudar hospitais na Itália, um dos países mais afetados pelo coronavírus, e convocou jogadores a contribuir - Isabella Bonotto - 13.fev.20/AFP

Profissionais das categorias de base, impedidos corretamente de trabalhar, não poderiam, também sob orientação e um comando organizado, ajudar idosos dos respectivos bairros dos clubes para fazer compras e evitar que o grupo mais vulnerável precisasse se deslocar?

Algum corinthiano, palmeirense, são-paulino, santista, luso ou juventino ficaria mais orgulhoso do seu time de coração e dos rivais se visse a união deles em prol da sociedade? A pergunta vale também para os torcedores dos outros estados.

Vida eterna à rivalidade. Ela é e sempre será sadia. Mas a imbecilidade também deveria aproveitar a chance para parar.

Com responsabilidade, organização e orientação de sanitaristas e infectologistas, que sejam pensadas campanhas para os torcedores também darem a sua contribuição nesse momento difícil para todos.
Se o futebol imita, também pode salvar vidas... Nunca é só futebol!

Machado de Assis: "A arte de viver consiste em tirar o maior bem do maior mal".

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!

Vitor Guedes
Vitor Guedes

44 anos, é ZL, jornalista formado e pós-graduado pela Universidade Metodista de São Paulo, comentarista esportivo, equilibrado e pai do Basílio.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.