Caneladas do Vitão: Outra segundona brava com cara de domingão
Hoje não é dia de tirar sarro do colega nem de técnico mudar o time todo porque perdeu
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Todo dia ela faz tudo sempre igual, me sacode às 6 horas da manhã, me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã... Alô, povão, agora é fé! Hoje, pelo 18º dia consecutivo, parece domingo, mas é segunda-feira. Mais uma segunda-feira que sucede um domingo sem futebol.
É segunda-feira, é dia de não zoar o colega do trampo porque nosso time ganhou. Ou de não ser zoado por ele. O isolamento ensina também que até a pilha rival faz falta.
Esta segunda também não é dia de o nosso filho pedir para ir mais cedo à escola com a camisa do clube do coração para tirar um barato do amigo que torce para o adversário. Ou para pedir, e ouvir "não", para faltar à aula porque vão encher o saco dele. O isolamento ensina também que é bom ganhar no jogo de futebol de botão em casa para a criança aprender a perder e voltar cascudo quando o mundo puder voltar ao normal.
Hoje é segunda-feira, não é dia de treinador mudar tudo porque o time não jogou nada. Nem para arrotar arrogância pela vitória de ontem, já que ontem --como anteontem-- não teve jogo. Nem terá amanhã nem depois de amanhã.
Esta segunda-feira também não é dia de os fisioterapeutas (que hoje mandam quase tanto quanto treinador) fazerem exames para decidir quem serão os poupados do próximo jogo.
Esta segunda-feira também não é dia dos passadores de pano da crítica minimizarem vexames, derrotas e atuações ridículas porque a equipe "evoluiu", ganhou a posse de bola, precisa de mais tempo e blá-blá-blá.
Esta segunda-feira é dia da minha Lays aniversariar. Pena que, nesta segunda, não é dia de abrir shopping, restaurante caro, joalheria, aquelas lojas de roupas grã-finas que quanto menos pano mais caro custa. Ficar em casa é um ato de amor. Se em 2021, o mundo estiver normal...
Parabéns, Lá! Vai ter bom gosto assim na nossa ZL...
Machado de Assis: "As pessoas valem o que vale a afeição da gente".
Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!