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Nunca antes na história deste país a expressão “Fla-Flu” foi tão precisa para explicar o (autointitulado) país do futebol. Sem ninguém (vivo) nas arquibancadas do Maracanã, aquele estádio anexo ao hospital de campanha, o time presidido pelo negacionista, digo, negocista Rodolfo Landim “comemorou” o título estadual na última quarta.
Quarta-feira de Cinzas. Quem tem estômago para festejar enquanto cadáveres são empilhados aos milhares, viu o velório, digo, a festa do Flamengo no Sistema Bolsonaro de Televisão, talkey? Ops, na emissora do SS, o sogro do ministro das Comunicações.
O oportunista Jair Bolsonaro, que diz ser Palmeiras e Botafogo, outra vez despido de qualquer pudor ou qualquer simulacro de decência, vestiu a mortalha que mais lhe interessou, a mortalha rubro-negra.
O popularíssimo fardamento vermelho (talkey?!) e preto-luto, com a TV no canal do empresário-parceiro, foi registrado em foto postada nas redes. O relato é verdadeiro, falso é o amor rubro-negro do lunático vendedor de cloroquina que elegeram.
Já que Bolsonaro tem saudade da ditadura, atravessemos toda a rodovia Presidente Dutra.
Quarta-feira agora (22), mais uma triste quarta-feira de Cinzas: vem aí o primeiro Corinthians x Palmeiras sem torcida da história. O corinthiano que tem Sócrates e a Democracia Corinthiana no coração tem a consolação de saber que o amigo do Fabrício Queiroz não postará foto com a alvinegra camisa do time do povo. Se bem que o patrocínio é laranja...
Registro meus pêsames aos familiares de todos os mortos da pandemia que o irresponsável pai dos 01, 02, 03, 04 e da fraquejada 05 trata por “gripezinha”. Estendo a minha sincera solidariedade e os meus sentimentos aos palmeirenses democráticos, envergonhados com a possibilidade de ver o presidente usar a camisa do clube para fazer politicagem.
Mais de 2 milhões de infectados pelo coronavírus, Brasil! E não adianta as pessoas que torcem contra o Brasil, talkey, falar que dá para encher o Maracanã com os quase 80 mil mortos da “gripezinha”. Que daria, daria, mas o Mito não tem culpa que o ex-maior do mundo encolheu. Na época da ditadura militar, em 1969, 183.341 torcedores viram Pelé marcar no 1 a 0 sobre o Paraguai.
“Pra frente, Brasil”. Só não digo que nessa velocidade chegaremos logo em 1500 porque, à época, havia muito mais Mata Atlântica para ser destruída e mais índios a serem dizimados.
José Saramago: “Saberemos cada vez menos o que é um ser humano”.