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4 de julho de 2012.
Há 8 anos, o continente foi conquistado pelo povo sofrido.
Dizem, ah, que bobos, que a América já existia antes disso.
Ora, bolas, tudo história.
O que existia, até então, era a pré-história americana.
À vera, a nova era, começou com o grito louco e rouco de independência —solto no estádio do Pacaembu. A linha do novo tempo começa na independência corinthiana.
A libertação do sofrido povo alvinegro veio em dois atos do Sheik. Márcio nos documentos manuscritos, Emerson na tradição oral, Sheik ad aeternum, foi o escolhido para carregar o cajado e, em dois atos, abrir o mar para o povo como estava previsto na tábua sagrada.
“All our”, tudo nosso.
A certeza de que a profecia se materializaria era tanta entre os fiéis que o 4 de julho é comemorado nos EUA desde 1776 e, desde 1941, é feriado nacional.
Até uma estátua foi levantada. A estátua da Lealdade. A estátua da Lealdade, Humildade e Procedimento.
“Is we, brother”! É nóis, mano!
No entanto, por uma questão histórica-religiosa, os demais corinthianos (influenciados pela culpa cristã, que considera pecado gritar “é campeão” antes) só colocaram a data no calendário oficial dos festejos em 2012.
Não que havia qualquer dúvida entre os fiéis. Deus é Fiel!
Na carta de Nelson Rodrigues aos Coríntios, publicada em papiro “40 anos antes do Nada”, já estava escrito.
O destino estava selado e a libertação vindoura e sacra já era prevista. Os antis chamam de Apocalipse:
“Uma coisa é certa: não se improvisa uma vitória. Vocês entendem?”
“Uma vitória tem que ser o lento trabalho das gerações.”
“Até que, lá um dia, acontece a grande vitória. Ainda digo mais: já estava escrito há 6.000 anos.”
“Sim, 40 dias antes do Paraíso estava decidida a batalha.”
“Ninguém sabia, ninguém desconfiava.”
“O jogo começou na véspera.”
“E as bandeiras do Corinthians ventavam em procela.”
“Os corinthianos passavam a toda hora e em toda parte.”
“Dizem os idiotas da objetividade que torcida não ganha jogo. Pois ganha.”
“Não cabe aqui falar em técnico. O que influi e decidiu o jogo foi a torcida.”
“A torcida empurrou o time.”
Corinthianos apostólicos romanos garantem que a carta rodriguiana, publicada na edição de 6 de dezembro de 1976 de “O Globo”, relata a invasão da Fiel ao Rio de Janeiro.
Fato é que o Rio, a América e o mundo, cada um ao seu tempo, foram invadidos. E conquistados pelo corinthianismo.
Sempre do mesmo jeito.
Sob a bênção e o apoio louco e rouco do povo.
Como, óbvio ululante, também foi o cala-boca continental.
“Nunca serão” é o escambau!
Para sempre, por todo o sempre, sempre seremos.
Sempre é igual, porque não há nada igual. Eis o mistério da fé.
Só quem é sabe o que é.
Trecho da Pastoral ao Povo Corinthiano, de 7 de outubro de 1977, assinada pelo saudoso e “corinthiano, graças a Deus”, Dom Paulo Evaristo Arns: “O Corinthians vai vencer quando os transportes forem mais humanos, e a comunicação, real. Tenho certeza que a vitória do Corinthians deve levar a vitórias essenciais na vida. E vai levar a tanto. Acreditamos, sempre de novo, nesta era que está para chegar em favor do povo, com a participação do povo e criada pelo mesmo povo”.