Vou comprar uma faixa amarela bordada com o nome dela... Alô, povão, agora é fé! O tempo voa, canarinho, voa. Em 1982, aos 5 anos, torci para o Brasil com a amarelinha e para o Corinthians com o uniforme cinza do goleiro Solito. Hoje, publicamente, não usaria o manto do Timão, porque, em "respeito" a cretinos que não entendem a diferença de torcer e distorcer, não revelo o meu time.
E, depois que o amarelo-CBF virou fardamento de criminosos que gritam por intervenção miliar, AI-5 e fechamentos do STF e do Congresso, estou na parcela da maioria decente que parou de vestir a camisa da seleção para não ser confundido com o gado fascista.
"O verde-amarelo e o hino não são da direita, são do povo brasileiro. Temos que parar com essa bobagem de achar que o verde-amarelo é deles, que cantar o hino dá vergonha. Não dá, não, senhor. É nosso, é do povo brasileiro", afirma Juca Kfouri, na mesma linha de Adilson Monteiro Alves, diretor da Democracia Corinthiana.
"Eu entrava em campo com uma camisa amarela, o Sócrates usava caneleira amarela, o Casagrande e o Wladimir, algo amarelo, munhequeira... É importante que todos vistam a mesma camisa da luta pela democracia", diz Alves.
Juca lembra que a briga pelo amarelo é anterior ao movimento de Diretas.
"A questão dos símbolos nacionais já se dava em [19]70: torcer contra o Brasil porque a vitória favoreceria a ditadura? Não, nós temos que lutar e não permitir que ninguém roube o que a gente tem de mais íntimo."
Juca e Adilson me amoleceram. Mas, como sou difícil, só me seduzi com o afinado argumento de Fafá de Belém: "Lá atrás, os militares conseguiram se apropriar dos símbolos pátrios com muito êxito, mas não podemos deixar: a camisa da seleção, o verde-amarelo e o hino pertencem ao povo! O Brasil é verde-amarelo, e o povo é democrata".
Amarelo, ok, estamos juntos. Verde? Não tem argumento...
Sócrates: "Se as pessoas não tiverem o poder de dizer as coisas, eu vou dizer por elas. Quando eu era jogador, minhas pernas amplificavam a minha voz".
Sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!
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