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Caneladas do Vitão: Rayssano, maloqueiro e sofredor, graças a Deus!

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São Paulo

Você é minha doce amada, minha alegria, meu conto de fada, minha fantasia... Alô, povão, agora é fé! É o amor! A maior vitória da fadinha Rayssa Leal, 13 anos, é que o seu feito individual, conquistado sem qualquer influência do Estado, deu ao nosso Brasil uma alegria redentora para lembrarmos que já fomos um país alegre, solidário, raçudo, dançante, plural, tolerante, bem-humorado, debochado e talentoso, capaz de comemorar os obstáculos saltados e rir das inevitáveis quedas.

O Brasil, pesadelo dos caretas, em que a comentarista e skatista Karen Jonz (por ignorância minha até eu virar ontem rayssano, maloqueiro e sofredor fanático, graças a Deus, de fazer saravá, são Jorge com as mãos antes de cada exibição, eu não conhecia) lança e conjuga ao vivo o verbo intransitivo “xerecar” e que o povo, de Norte a Sul, de São Paulo a Imperatriz, comemorou cada vez que uma estrangeira se esborrachou e berrou cada vez que a nossa fadinha completava uma manobra de nome gringo que, à vera, ninguém tem a menor ideia do que se trata. À 1h da madruga, lombriga monstro, quando ouvi um “fifty, fifty” só pensei em meia muça, meia calabresa.

Corintiana, a skatista Rayssa Leal, a Fadinha, 13 anos, deu show e conquistou a medalha de prata, na categoria street, na Olimpíada de Tóquio; a garota é a brasileira mais jovem a subir no pódio - Jeff Pachoud/AFP

Antes tarde do que nunca! O skate (que na cidade de São Paulo foi liberado pela então prefeita Luiza Erundina em 1989, após ser pateticamente proibido por Jânio Quadros), como tudo no século 21, é dos manos, é das minas, é da americana não binária, é de quem quiser. É até da gente, que respira futebol e não entende absolutamente nada do assunto e passou a madrugada se divertindo e sofrendo na torcida pela fadinha corinthiana e maranhense.

E, sem bairrismo, o rolê prateado de Kelvin e Rayssa ensinou aos merrrmãos cariocas que chamam bolacha de bixxxcoito que sempre foi rolê (igual ao bife): nunca foi rolé!

Parabéns, Fadinha! É nóis no backside heelflip!

Simone de Beauvoir: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”.

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar! E zelar, claro, vem de ZL! É tudo nosso! É nóis na banca! No agora.com.br! E no youtube.com/blogdovitao!

Vai, Brasil

A Zâmbia apanhou de 10 a 3 da Holanda e ficou no 4 a 4 com a China e, pois, tem ataque para dar trabalho, mas Marta, Debinha e companhia não terão dificuldade para marcarem e classificarem a seleção feminina de futebol da carismática Pia às quartas de final da Olimpíada. Palpites do Grupo F: Brasil 4 x 2 Zâmbia e Holanda 3 x 1 China.

Copa do Brasil

O Vitória, que luta contra a armagedônica degola à Série C, eliminou o Internacional na última fase e , pois, é o adversário que Felipão pediu aos céus para cumprir a obrigação de derrotar, encaminhar a vaga às quartas e lembrar que bateu o algoz do arqui-inimigo. Palpites: Criciúma 0 x 2 Fluminense e Vitória 0 x 1 Grêmio.

Vitor Guedes

44 anos, é ZL, jornalista formado e pós-graduado pela Universidade Metodista de São Paulo, comentarista esportivo, equilibrado e pai do Basílio.

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