Metalúrgicos demitidos da Ford poderão receber indenização
Sem previsão de novo comprador, montadora demite 750 em São Bernardo
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O capítulo iniciado quando a Ford anunciou que fecharia as portas em São Bernardo do Campo (ABC) neste ano parece se aproximar do fim. E o cenário não é bom para aqueles que esperavam manter os seus empregos.
Sem nenhum acordo fechado sobre um possível comprador da fábrica, a Ford irá demitir 750 funcionários até o fim deste mês. Os metalúrgicos fazem parte da linha de produção do Fiesta, encerrada em junho.
Os trabalhadores deverão garantir indenização, segundo informações do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Em reunião nesta terça-feira (16), eles foram orientados pelo sindicato a aderir ao “Pacote 2.0” na demissão, que garante o pagamento de até dois salários por ano de trabalho na fábrica.
A indenização faz parte do PDI (Plano de Demissão Incentivada), negociado entre sindicato e montadora.
O acordo prevê, além dos direitos trabalhistas na rescisão, que os empregados demitidos recebam de 1,5 a dois salários (horistas) e de 0,75 a 1,5 salário (mensalistas) por ano trabalhado.
O índice maior incidiria sobre aqueles que decidissem pedir as contas em definitivo. Já o índice menor valeria para quem optasse por participar de processo de seleção para trabalhar na fábrica depois que ficasse definido o novo comprador.
“Como você vai abrir mão de meio salário por ano trabalhado, aguardando um negócio que ainda não está fechado?”, questiona Wagner Santana, presidente do sindicato dos metalúrgicos.
Buscando amenizar os impactos no município com os desligamentos, o prefeito Orlando Morando (PSDB) diz que vai entrar na Justiça contra a montadora.
“Vamos cobrar a responsabilidade social da Ford e exigir plano de desmobilização, como já foi pedido em duas audiências e a prefeitura foi ignorada pela empresa.”
Ele diz ser contra a orientação dada pelo sindicato para que os funcionários aceitem o acordo como está.
"Qualquer ação [do sindicato] deveria ser no sentido de postergar as negociações, de exaurir todas as possibilidades. Eles não têm que aceitar a demissão e nem o acordo do jeito que está, ainda há que se esperar a definição de um novo comprador", diz Morando.
Rafael Marques, porta-voz do Sindicato dos Metalúrgicos, rebateu a ideia durante discurso a trabalhadores da fábrica nesta terça (16). “Tradição é esgotar processo de negociação, mas quando a questão é trabalhista, somos nós que discutimos entre nós.”