Botijão de gás de cozinha em SP deve ter aumento de 10%
Sindicato das empresas diz que não vai cumprir acordo firmado com Procon, de limitar preço a R$ 70, e vai aplicar reajuste da Petrobras
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O reajuste de 5% no preço médio do GLP (o gás de cozinha) vendido às distribuidoras pela Petrobras, em vigor desde esta quinta-feira (4), deve fazer subir em 10% o preço do botijão de 13 kg em São Paulo, atualmente limitado a R$ 70 na capital e na Grande SP.
De acordo com o Sergás (Sindicato das Empresas Representantes de Gás Liquefeito de Petróleo da Capital e dos Municípios da Grande São Paulo), o valor extra repassado ao consumidor final será de, aproximadamente, R$ 5,20 sobre o preço máximo de R$ 70.
A média de preços hoje, na capital, é de R$ 68,04, de acordo com pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) feita entre os dias 24 e 30 de maio.
Em abril, o sindicato e o Procon-SP fecharam acordo limitando o preço de venda do botijão de gás de cozinha de 13 kg a R$ 70, até 30 de julho deste ano. O Sergás diz que mandou ofício ao Procon solicitando manifestação e que, independentemente da resposta, vai ignorar o acordo e repassar o aumento ao consumidor final.
"Sofremos dois reajustes em menos de um mês. Um de 5,2% e esse, agora, de 5,3%. Nós precisamos repassar para o consumidor, mesmo que a resposta [do Procon-SP] seja negativa, nós vamos subir o preço", diz Robson Carneiro dos Santos, presidente do Sergás.
O dirigente explica que as distribuidoras já pagam "o dobro" do preço vindo da Petrobras e que, agora, ficou insustentável segurar os valores.
"A distribuidora paga R$ 3 no quilo do GLP. Com o aumento, o botijão de 13 kg tem um aumento de R$ 1,25 no custo. Mas as companhias não repassam R$ 1,25, elas repassam R$ 2,50, o dobro. E a revendedora tem que passar para o consumidor final, além desse valor, as margens de despesa que tem com funcionário, aluguel, entre outros custos", diz.
Procurado, o Procon-SP diz que vai notificar a Petrobras sobre os reais motivos do reajuste de 5% nas refinarias. O órgão não comentou se tomará alguma medida caso as revendedoras apliquem preços acima do limite de R$ 70 na capital e Grande SP.
O presidente do Sergás diz que, hoje, o preço de custo do botijão de gás de 13 kg, para o revendedor, varia entre R$ 52 e R$ 52,50. Com o reajuste, deve ficar entre R$ 54 e R$ 55.
De acordo com a ANP, o preço médio do gás de cozinha na cidade de São Paulo é de R$ 68,04. No estado, a média é de R$ 50,35.
Aumento de 5% na refinaria
A Petrobras anunciou o reajuste de 5,3% no preço médio do GLP a partir desta quinta (4). Com isso, diz a estatal, o valor médio de vendar será equivalente a R$ 24,08 por botijão de 13 kg. No acumulado do ano, a redução é de 13,4% ou de R$ 3,72 por 13 kg.
"Importante esclarecer que, desde novembro de 2019, a Petrobras igualou os preços do GLP para os segmentos residencial e industrial/comercial, e que o GLP é vendido pela Petrobras a granel. As distribuidoras são as responsáveis pelo envase em diferentes tipos de botijão e, junto com as revendas, são responsáveis pelos preços ao consumidor final", afirma a estatal.
Produto chegou a faltar no início da pandemia de coronavírus
Os moradores da Grande SP sofreram com grandes filas e falta do produto no início da pandemia de coronavírus. Os preços também subiram e chegaram a passar de R$ 100.
Na ocasião, o sindicato explicou que as distribuidoras têm uma cota de gás mensal para comprar. Com a demanda maior pelo produto, o gás realmente acabou em algumas revendas.
"Realmente, há uma série de fatores. Há a cota mensal de compra, há o desequilíbrio da demanda quando veio o coronavírus, além disso, as pessoas estão mais em casa e precisam cozinhar. E, na verdade, há aqueles que têm medo de faltar. É normal do ser humano, então estocam", diz.