Etanol passa de R$ 6 nas bombas da cidade de SP

Preço é encontrado em posto na zona oeste; gasolina chega a R$ 7,40

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São Paulo

Quem abastece nos postos da capital paulista está vendo o preço dos combustíveis disparar. O litro do etanol, que já foi um combustível sinônimo de economia, custa em média R$ 5,157 nos revendedores da cidade, mas chega a ser encontrado a R$ 6,199 em um estabelecimento da Barra Funda (zona oeste).

Posto na Margina Tietê, na altura da ponte Vila Guilherme (zona norte) - 31.mai.2018 Adriano Vizoni/Folhapress

Segundo o levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o menor valor apurado para o combustível, que é derivado da cana-de-açúcar, é de R$ 4,499. Os dados foram coletados entre os dias 31 de outubro e 6 de novembro, e foram divulgados nesta segunda-feira (8).

Já a gasolina, que sofre os impactos da alta do dólar e do petróleo no mercado externo, e vem pesando no bolso do consumidor desde o começo do ano, é vendida por R$ 6,348, em média, nos postos da capital. O menor valor apurado foi de R$ 5,799, chegando a R$ 7,399 em estabelecimentos do centro.

Veja os preços dos combustíveis

Levantamento da semana entre dias 31 de outubro e 6 de novembro

Gasolina comum Etanol
Menor Maior Média Menor Maior Média
Cidade de SP 5,799 7,399 6,348 4,499 6,199 5,157
Estado de SP 5,297 7,399 6,332 4,099 6,199 5,147

Fonte: ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis)

A Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) justifica que o aumento do preço do etanol é causado pela restrição da oferta de cana processada. A entidade estima quebra de 15% nas safras de 2021/2022 em comparação a 2020/2021 por causa das condições climáticas (seca e geadas), com grande impacto em São Paulo, o maior estado produtor.

"Nesta safra, devemos ter uma redução de até 3 bilhões de litros no volume de etanol produzido. Neste cenário de retração, a produção de etanol hidratado [tipo utilizado para abastecer os veículos] poderá ter redução superior a esse índice", explica a Unica em nota.

Levantamento mensal do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que o preço do etanol hidratado nas usinas ficou 8,2% mais caro nas usinas em outubro na comparação com setembro.

"As incertezas quanto aos desdobramentos da quebra de safra pelas questões climáticas e o período de entressafra mais prolongado do que em anos anteriores continuam recaindo sobre o setor", diz o estudo.

Exemplo é que com os efeitos da seca e das geadas, é que a moagem da cana-de-açúcar pode terminar um mês antes do previsto nas regiões Centro-Sul do país.

"Assim, com menos matéria-prima a ser processada e a baixa produtividade por hectare, o período de entressafra [período entre o fim de uma safra e o início da próxima] deve ser mais longo do que em anos anteriores", afirma Ivelise Rasera Bragato Calcidoni, pesquisador do Cepea.

Para combater a alta dos combustíveis, o Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) aprovou na sexta-feira (29) o congelamento por 90 dias do valor do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado nas vendas de combustíveis.

No Congresso, o projeto de lei que altera o cálculo do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis foi aprovado. Segundo a proposta, o preço do litro da gasolina pode cair 8% nas bombas, enquanto o etanol pode ficar até 7% mais barato.

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