Buracos na rua são pintados em protesto contra gestão Covas
Foram marcados 26 buracos em dois quarteirões na Chácara Santo Antônio
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Mais de 20 buracos na zona sul foram circulados em protesto contra a falta de manutenção pela Prefeitura de São Paulo, sob gestão Bruno Covas (PSDB). A intervenção foi realizada no último domingo (5) na rua da Paz, na região da Chácara Santo Antônio. Os autores não foram identificados.
Junto à "sinalização", foram escritas frases como "cadê o asfalto?" e "cidade das covas", para chamar a atenção da prefeitura. Em apenas dois quarteirões (cerca de 200 metros) foram marcados 26 buracos, alguns com mais de três metros de diâmetro.
Segundo moradores, a qualidade da pavimentação é um problema antigo. Boa parte da via ainda é de paralelepípedos _nos trechos asfaltados, os buracos sempre foram numerosos.
"A prefeitura disse que ia asfaltar tudo quando a obra da estação Borba Gato do metrô terminasse, mas por enquanto não fizeram nada", diz Ricardo de Almeida, 27 anos, que trabalha em um estacionamento na rua da Paz há cerca de quatro anos. A estação foi inaugurada em 6 de setembro, mais de oito meses atrás.
Segundo Almeida, a última vez que uma equipe de tapa-buracos da prefeitura passou por lá foi há pelo menos seis meses. "Eles até contornaram alguns buracos para fazer o remendo depois, mas não voltaram mais", afirma, apontando as marcações em torno das crateras.
O motorista Ricardo Cardoso, 43, diz que desde que os buracos maiores abriram, acidentes se tornaram mais comuns. "Os motoristas vão desviar e acabam batendo ou às vezes quase atropelando pedestres", disse.
O trecho da rua é rota de pelo menos três linhas de ônibus, o que acentua o problema. "Quando chove, é só passar um veículo pesado para o remendo abrir", diz Almeida. Desde meados de 2018, caminhões também passaram a transitam por lá, em razão de uma obra.
Histórico
Dados da prefeitura mostram que o número de solicitações de tapa-buraco feitas ao 156 na rua da Paz dispararam em 2019. No primeiro trimestre do ano, foram abertos 34 protocolos de reclamação, enquanto em todo o ano passado foram 20 queixas.
No ano passado somente seis dos 20 pedidos foram atendidos, o último deles em julho, segundo os dados.
O relatório trimestral do 156 indica que este não se trata de um caso pontual. As queixas gerais à ouvidoria foram 7.883 entre e janeiro e março deste ano, contra 4.106 no mesmo período do ano passado _crescimento de mais de 90%.
Em toda a cidade, a pavimentação foi o segundo maior alvo de reclamações nos três primeiros meses de 2019, com um 653 queixas.
No mês passado, a prefeitura se comprometeu a tapar 38 mil buracos catalogados na cidade. Em abril, a média de atendimentos por dia foi de 1.049.
Uma grande quantidade de água empoçada no cruzamento entre as ruas da Paz e José de Carvalho também provoca incômodo.
Segundo moradores, é um problema constante causado por uma obra na rua, iniciada em meados do ano passado. Além da água, há acúmulo de areia e cascalho.
"Faço esse trajeto há mais de um ano e nunca vi esse ponto sem água", disse Alaíde de Paula, 74 anos, moradora da região há 50 anos. Segundo o motorista Ricardo Cardoso, a água chega a cobrir a calçada em dias de chuva.
Resposta
Questionada pela reportagem, a Prefeitura de São Paulo, sob gestão Bruno Covas (PSDB), afirma que o serviço de tapa-buraco na rua da Paz já está no calendário da subprefeitura da região, e deve ser realizado na semana que vem.
Quanto ao acúmulo de água na esquina com a rua José de Carvalho, a gestão municipal afirma que vai fazer vistoria no local para providenciar as obras necessárias para a melhoria no escoamento da via pública.