O número de reclamações à Ouvidoria da gestão Bruno Covas (PSDB) cresceu 92% no primeiro trimestre, quando comparado com o mesmo período do ano passado.
Segundo dados disponibilizados no site da Prefeitura de São Paulo, foram 7.883 queixas entre janeiro e março, contra 4.106 no mesmo trimestre de 2018.
Somados, os dez serviços mais requisitados nos três primeiros meses de 2019 já superam em número o total do trimestre correspondente do ano passado, com 4.364 protocolos abertos.
O número relativo ao trimestre diminuiu pela última vez em 2017, quando João Doria (PSDB), atualmente governador, assumiu a prefeitura paulistana. Foram registradas 1.807 reclamações naquele período.
No segundo ano da gestão tucana, porém, o número de casos recebidos pela ouvidoria disparou para 4.106, nos três primeiros meses.
Em 2019, o maior número de demandas é relativo a árvores, com cerca de 12% do total de pedidos. Só em janeiro e fevereiro, a cidade perdeu mais de 2.000 árvores por conta de chuvas.
Dos dez pedidos com o maior número de protocolos abertos em março, oito tiveram redução de solicitações na comparação com fevereiro. Somente pedidos referentes a entulho e buracos de rua cresceram.
As solicitações relacionadas a pavimentação, com 653 pedidos abertos no trimestre, estão na segunda colocação do ranking. No mês passado, secretário municipal das a gestão Covas se comprometeu a tapar 38 mil buracos catalogados até 12 de maio.
A prefeitura diz que tem realizado uma média de mil reparos por dia _mantendo o atual ritmo, a promessa será cumprida dentro do prazo.
O terceiro assunto em quantidade de reclamações é a qualidade do atendimento, com 528 registros. No ano passado, o tema não esteve entre as maiores demandas.
Espera
Em novembro passado, o carro de Sueli Oschvat, 54 anos, foi atingido por uma árvore que caiu em sua rua, derrubada por uma tempestade. Quatro meses depois, a professora teme passar novamente pela situação.
Em frente a sua casa, na Vila Granada (zona leste), uma árvore ainda maior está tomada por cupins. Quando chove, a professora teme que o tronco caia sobre o muro e os galhos invadam o quarto de sua filha, de dez anos.
“Tem quatro meses que eu tento avisar a prefeitura para que removam a árvore”, diz Sueli. Ela diz que o máximo que conseguiu foi uma poda nos galhos, o que não a deixou mais segura. “O próprio funcionário disse que havia risco, pois a árvore está cheia de cupins e que podar não ia resolver. Mas a prefeitura diz que ela não está comprometida o suficiente”.
Além do risco de queda, incomodam também as raízes da árvore, que destruíram parte da calçada. Sueli afirma entretanto, que como ainda não entraram na sua garagem, a prefeitura não fez nada a respeito. “Para passar aqui eu tenho que dar a volta, pois o passeio está todo levantado”.
Desde o ano passado, Sueli e o irmão já foram à prefeitura pelo menos três vezes, além das solicitações por telefone e internet. “Faz uns dois anos que começou a dar problema, mas agora chegou ao limite. Toda vez que venta minha filha sente medo de ficar no próprio quarto.”
Resposta
Questionada, a Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), disse que tem ampliado e melhorado o atendimento ao cidadão, “com mudanças administrativas, implementação de novas mídias e atendimento presencial no Descomplica SP Campo Limpo”.
Sobre o caso de Sueli Oschvat, moradora da Vila Granada, a administração municipal disse que possui 95 equipes de poda e manejo de árvores, mas que a subprefeitura Penha não tem nenhuma solicitação em aberto no endereço indicado. “Devido às circunstâncias, neste sábado (hoje), o subprefeito realizará uma vistoria no local para avaliação do exemplar”.
Quanto aos assuntos mais frequentes nas reclamações à Ouvidoria, a prefeitura esclarece que tem trabalhado e investido para que sejam atendidos de maneira mais eficiente.
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