A UBS (Unidade Básica de Saúde) Vila Granada, no bairro da Penha (zona leste), está fechada para reforma há seis meses e não há prazo para reabertura.
O posto de saúde foi interditado em 3 outubro de 2018 pela Defesa Civil, pois tinha estrutura física em risco. A obra, entretanto, ainda não foi iniciada, e a CRS (Coordenadoria Regional de Saúde) Sudeste, responsável pelo posto, não estabeleceu um prazo para que o atendimento seja retomado.
A UBS Vila Granada está numa área de abrangência com 29.300 habitantes. A unidade realiza, em média, 950 consultas médicas, 6.200 procedimentos e 3.200 atendimentos na farmácia por mês.
Enquanto está fechada, parte das atividades, como terapias em grupo, está ocorrendo em uma escola próxima ao local. Usuários do posto, no entanto, se queixam de ter que gastar mais tempo e dinheiro no deslocamento para as consultas.
Durante os dois primeiros meses após o fechamento, o atendimento foi transferido para as unidades Antônio Estevão de Carvalho e Jardim São Nicolau, em Artur Alvim _respectivamente, 7 km e 6,5 km de distância.
No fim de novembro, as consultas marcadas foram novamente realocadas, dessa vez para mais perto, na UBS Vila Esperança (1 km). A prefeitura oferece carros para o transporte aos pacientes.
O conselho gestor da unidade convidou o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido dos Santos, para uma reunião com a comunidade no próximo dia 9.
Segundo o conselheiro Flávio Cardoso, de 63 anos, a pasta confirmou a participação de Santos ou de um representante. “Queremos uma posição concreta sobre um cronograma de ações pra que a gente tenha a nossa UBS de volta”.
A prefeitura também se manifestou dizendo que a reforma é a prioridade número um da CRS Sudeste, e que está prevista no plano de metas 2019-2020.
História
Além de oferecer atendimento ao bairro, a UBS Vila Granada é também simbólica para os moradores, principalmente os mais antigos. Há 38 anos, foi aberta após dois anos de pressão popular à prefeitura, encabeçada pelo padre Ticão, importante liderança da zona leste.
“Era um bairro sem nenhum posto de saúde. Quando o padre Ticão veio e viu as nossas dificuldades, montou todo um trabalho com médicos para oferecer orientações sobre saúde à população”, afirma Marilsa Gonçalves, 60 anos. Só então as pessoas sentiram a necessidade do serviço, diz a aposentada, que fez parte do movimento que lutou pela UBS, em 1979.
Moradores dizem que o posto faz falta principalmente para quem tem mobilidade reduzida. “É uma região com muitos idosos, boa parte sem atendimento particular”, disse o advogado Valdir da Silva, 55.
Ele afirma que os carros da prefeitura para levar pacientes começam a circular às 7h, mesmo horário em que abre a UBS Vila Esperança.
“Desse jeito, quem depende desse transporte acaba perdendo consultas agendadas logo cedo ou muitas vezes acaba chegando tarde demais e não consegue marcar”, afirma Silva.
Resposta
Questionada pela reportagem, a SMS (Secretaria Municipal de Saúde), sob gestão Bruno Covas (PSDB), disse em nota que a reforma da UBS está prevista no plano de metas da prefeitura, no objetivo 41, de “reformar ou reequipar 350 unidades de saúde”.
A pasta afirmou ainda não há prazo para entrega da obra, mas que está “empenhada para finalização do serviço e retorno da unidade para a sua sede e comunidade o mais breve possível”.
A secretaria também confirmou que vai participar da reunião com a comunidade dia 9 de maio, no endereço acordado, “com a presença da equipe de gestão participativa da pasta”. O texto não disse se o secretário Edson Aparecido dos Santos vai ao evento.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.