Pela primeira vez em seis anos, o número de crianças matriculadas em creches caiu na capital. Em dezembro de 2018, foram 333.922 registros nos CEIs (Centros Educacionais Infantis). Neste ano, até 31 de março, ocorreram 330.026 matrículas. São cerca de 4.000 crianças a menos na rede de educação infantil, gestão Bruno Covas (PSDB).
Desde 2013 a queda não era registrada nas creches, segundo balanços trimestrais. (veja quadro abaixo) realizados pela Secretaria Municipal de Educação.
Por outro lado, a fila de espera por vagas aumentou na comparação entre dezembro de 2018 e março passado, passando de 19.697 para 34.317 crianças, na faixa etária de 0 a 3 anos.
No entanto, a fila caiu, se comparada apenas com março de 2018, quando 57.819 crianças esperavam por vagas, e o mês passado.
A gestão Covas diz que as matrículas ainda estão em tramitação neste ano, entre pedidos de transferência e mudanças em andamento.
O Agora apurou que uma das possibilidades pode ter sido falha no planejamento de ocupação das vagas entre janeiro e março.
Justificativas à parte, o que existe, de fato, é criança em fila de espera. Caso de Maria Julia, 6 meses, filha da cabeleireira Simone Pereira Alves, 30 anos, moradora na República (centro), que aguarda uma vaga desde fevereiro. Segundo a mãe, há 17 outras crianças na frente.
Enquanto a vaga não é liberada pela prefeitura, Simone se vê obrigada a levar diariamente Maria Julia ao salão de beleza, onde trabalha. O percurso, de aproximadamente 10 minutos, se dá com carrinho de bebê.
“Não tenho com quem deixar. No salão, além do problema da química dos cabelos, tem colegas que não gostam”, diz Simone, que cuida sozinha da filha. O pai da bebê, afirma a cabeleireira, a abandonou ainda no quinto mês de gravidez.
Nesta segunda-feira (29), ela foi até o mutirão promovido pela Defensoria Pública na Assembleia Legislativa para tentar uma vaga para a filha.
Creches menores
A prefeitura alterou a forma de contratar parcerias com as entidades terceirizadas que atendem em CEIs e vai começar a contratar creches que atendam menos de 59 crianças.
Essas unidades unidades receberão 20% a mais sobre o valor total per capita, a fim de garantir mais vagas para a demanda que, segundo a gestão Bruno Covas, está mais pulverizada.
Resposta
A Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), diz que o número de crianças matriculadas em abril é maior do que no mês anterior.
Segundo a administração, “estão matriculadas 334.085 crianças neste ano, até o momento”, enquanto que em 2018 eram 334.560. Ou seja, “uma diferença de 475 matrículas”.
A prefeitura diz que, todo início de ano, “é período de acomodação de atendimento, o que significa que há pedidos de transferência e mudanças em andamento”.
Segundo a nota, nenhuma escola foi fechada, inclusive, houve aumento de vagas em CEIs (Centros Educacionais Infantis), saltando de 2.172 no primeiro trimestre de 2018 para 2.356 no mesmo período deste ano. São 8.800 atendimentos a mais na pré-escola.
Também diz que está cumprindo com o Plano Nacional de Educação. “A cidade atingiu a cobertura de 61% de crianças matriculadas na faixa etária de 0 a 3 anos”.
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