Vistoria encontra de abandono a mofo em hospitais paulistas
Fiscalização do TCE foi a 300 locais no interior, capital e litoral
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Uma fiscalização do TCE (Tribunal de Contas do Estado) em 300 unidades de saúde no estado encontrou problemas como medicamentos vencidos, depósitos improvisados de materiais, infiltrações de água, mofo e fissuras nas paredes.
Na ação, realizada nesta terça-feira (25) por mais de 300 fiscais, o órgão buscou avaliar as condições de atendimento à população e infraestrutura em UBSs (Unidades Básicas de Saúde), UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e hospitais municipais e estaduais de 229 cidades do litoral e interior do estado, além de capital e região metropolitana de SP.
Dos locais visitados, mais de um terço deles (37%) tem equipamentos médicos abandonados por defeitos ou falta de reposição de insumos. Os fiscais também encontraram medicamentos vencidos, armazenamento irregular de lixo contaminado e até mesmo uma sala de inalação com mofo nas paredes.
Em Carapicuíba (Grande SP), o Hospital Geral tinha nesta terça diversos aparelhos em desuso, acumulando poeira em uma sala. Entre eles, um mamógrafo, um arco cirúrgico, máquinas de hemodiálise, aparelhos de fototerapia e um elevador de pacientes. A unidade é administrada pelo governo estadual.
Já em Guarulhos (Grande SP), segundo município mais populoso do estado, foram encontrados equipamentos entulhados numa sala do Complexo Hospitalar Padre Bento. No mesmo local, havia uma viatura quebrada aguardando remoção no pátio.
O balanço do TCE aponta ainda que 23% das unidades não oferece boas condições de espera aos pacientes. Cadeiras sem forro e banheiros sem assento ou acessibilidade são alguns dos problemas. Algumas unidades tinham pacientes aguardando de pé, nos corredores.
Havia ainda rachaduras e infiltrações em boa parte dos locais vistoriados —78% deles não estavam com o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) em dia. Quase metade (49%) das unidades também não tinha documentação ou registros de controle de qualidade da água utilizada.
Outro problema encontrado pela fiscalização, principalmente em cidades do interior e no litoral, é o preenchimento indevido dos cartões de ponto pelos médicos, que assinalam datas futuras, antes de realizarem os serviços.
Os resultados obtidos pelo tribunal serão compilados em um relatório, que servirá como orientação para as administrações municipais e estadual corrigirem os problemas encontrados.
Resposta
A Secretaria de Estado da Saúde, sob gestão João Doria (PSDB), afirma que os equipamentos mencionados pela reportagem nos hospitais de Guarulhos e Carapicuíba estão fora de uso por serem “inservíveis”. Segundo a administração, eles serão encaminhados para avaliação de descarte ou reaproveitamento.
O órgão esclarece ainda que todos estes aparelhos já foram substituídos e que apenas um dos seis elevadores do Hospital Geral de Carapicuíba está em manutenção, sem prejuízo ao funcionamento do hospital.
“A pasta segue à disposição do TCE para prestar todos os esclarecimentos”, disse em nota.