O Ministério Público do Estado de SP instaurou inquérito civil para investigar a aplicação de anticoncepcional com data de validade vencida no Hospital Municipal Tide Setúbal, em São Miguel Paulista (zona leste).
A Prefeitura de São Paulo, sob a gestão de Bruno Covas (PSDB), admitiu na quarta-feira (22) que "sete mulheres receberam o implante de forma irregular". Ao Agora, havia dito na segunda e terça-feira, oficialmente, que tinham sido seis pacientes.
Ao menos seis mulheres, entre elas, adolescente de 15 anos, tiveram o implante inserido no braço embaixo da pele, após terem seus filhos na maternidade pública. O prazo do dispositivo, que evita gravidez, expirou no dia 4 de março.
O Agora ouviu cinco mulheres que passaram pelo procedimento. A prefeitura admitiu a falha, após ser questionada pela reportagem na última segunda-feira (20).
A promotora Dora Martin Strilicherk pediu que a Secretaria Municipal de Saúde, em 10 dias, "confirme a ocorrência dos fatos, em que local e circunstâncias", inclusive para quantos usuários foi disponibilizado o implante.
A representante do MP também questiona o órgão como foram distribuídos medicamentos com datas vencidas, além de quais providências foram adotadas para recolhimento dos lotes.
A Promotoria também questiona a secretaria se foi instaurado procedimento administrativo para apuração de responsabilidades e se foram tomadas providências para regularizar os procedimentos de conferência e distribuição de medicamentos na rede municipal de saúde.
Resposta
A Secretaria Municipal de Saúde, gestão Bruno Covas (PSDB), diz que recebeu a notificação, por correio eletrônico, mas aguarda a chegada do ofício para prestar as informações no prazo.
A pasta afirma que "sete pacientes receberam o implante de forma irregular". Do lote com 50 unidades, "14 dispositivos vencidos restaram em processo de baixa para correto descarte. Os outros foram aplicados de forma regular, dentro do prazo de validade".
Segundo a secretaria, cinco mulheres já retiraram o implante. Outras duas agendaram o procedimento. A pasta afirma que "não foram identificadas outras ocorrências de uso indevido do medicamento".
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