O futebol brasileiro não entra em campo há dois meses. No período, os envolvidos nesse esporte, que movimenta cifras bilionárias, quebram a cabeça para sobreviver em meio à pandemia do coronavírus.

Quando as autoridades derem o aval, é consenso entre clubes, federações, jogadores e torcedores que o futebol vai retornar de um jeito sem graça. As partidas serão realizadas com os portões fechados. Por isso, estão sendo estudadas alternativa para minimizar a queda nas receitas com a venda de ingressos.

Se o que está dando certo em outros países, por que não copiar aqui no Brasil? Na Alemanha, que retomou futebol neste sábado (16), a associação de torcedores do Borussia Mönchengladbach lançou um plano no qual cada torcedor do clube vira um totem.

Eles são feitos de papelão no tamanho real dos torcedores. Os objetos são à prova d’água e vendidos por 19 euros (cerca de R$ 120).

O torcedor ainda pagará mais 2,50 euros (R$ 16) como se fosse um ingresso simbólico do seu totem. A estreia vai ser no próximo sábado (23), quando Monche recebe o Bayern Leverkusen. A expectativa é grande, pois, até a última sexta-feira (15), cerca de 20 mil torcedores haviam comprado um lugar no estádio no Borussia Park, com capacidade para 57 mil pessoas.

Clubes como o Corinthians e Atlético-MG e do interior paulista já estão indo para a prática e oferecendo meios para os torcedores ajudarem.

A empresa de marketing esportivo Total Player, que tem parceria com vários clubes na venda de ingressos e em programas de sócio-torcedor, colocou em prática a promoção “Eu no Estádio”.

Os totens são confeccionados para um, dois, três e cinco torcedores. Os preços variam de R$ 30 a R$ 90. Quando for liberada a presença de público, eles poderão levar o objeto para casa.

“O que foi feito na Alemanha nos inspirou, mas nós já vínhamos pensando em alternativas para chamar o torcedor a participar, mesmo ainda sem saber quando os torneios vão recomeçar”, afirmou o ex-jogador Paulo Jamelli, um dos sócios da Total Player.

O primeiro clube a colocar os totens à venda foi o Novorizontino, equipe da Série A-1 do Campeonato Paulista e que vai encarar a Série D do Campeonato Brasileiro.

“Novo Horizonte é uma cidade pequena, mas muitos torcedores já vinham querendo nos ajudar de alguma forma”, afirmou Luís Prado, responsável pelo departamento de marketing do Novorizontino.

“Como é um lançamento recente, não temos ainda a quantidade de adesões, mas o interesse do torcedor está sendo muito positivo. Acreditamos que, quando ficar definida a volta dos jogos, as vendas vão ser muito boas”, completou Prado.

A Total Player fechou também com Botafogo de Ribeirão Preto, Juventus, Paulista de Jundiaí, Ponte Preta, Portuguesa Santista e Velo Clube de Rio Claro.

A empresa, que cuida da venda de ingressos para clubes de futsal, basquete e skate, pretende levar a iniciativa para esses esportes.

“Está claro que [eventos com pessoas em estádios] serão os últimos a voltar. Então, nós temos que criar alternativas para minimizar a diminuição das receitas”, comentou Jamelli.