Ex-aluno é morto em campus da PUC em São Paulo
Engenheiro formado na universidade teria se desentendido com porteiro e foi esfaqueado
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Um ex-aluno da PUC (Pontifícia Universidade Católica) foi morto a facadas dentro do campus da Consolação (região central da capital paulista) por um porteiro da unidade, no fim da tarde desta quinta-feira (4), segundo a polícia.
Bruno da Silva Diniz, 27 anos, se formou em engenharia civil no local, no ano passado, segundo amigos ouvidos pela reportagem.
Conforme um dos amigos da vítima, que pediu para não ter o nome publicado, Silva teria ido ao campus para estudar.
Por volta das 16h30 ele teria tido um desentendimento com o porteiro de 59 anos, em um banheiro do prédio 1 do campus. “O Bruno era uma cara ingênuo, mas quando perdia a cabeça tomava atitudes impensadas”, afirmou o amigo dele.
Segundo o amigo ouvido pela reportagem, Silva trabalhava como motoboy, no período noturno para se sustentar. “Ele era bolsista e, por conta do comportamento impulsivo, era conhecido como ‘zica’.”
O crime ocorreu na rua Marquês de Paranaguá, próximo ao 4º DP (Consolação), para onde o porteiro foi encaminhado.
Segundo o delegado Rafael Navarro, o porteiro alegou legítima defesa durante depoimento. “Ele será indiciado, em flagrante, por homicídio simples e será submetido a uma audiência de custódia”, afirmou.
No depoimento, segundo o delegado, o porteiro alegou que a confusão começou dentro do banheiro. “A vítima e o autor já tinham um histórico de desentendimentos. Quando o ex-estudante usava o banheiro, o porteiro comentou algo sobre o mau cheiro do local, o que acabou desencadeando uma primeira discussão.”
O porteiro estava no banheiro, ainda segundo o depoimento prestado à polícia, para lavar uma faca, que teria usado para cortar frutas após o almoço. “O porteiro se sentiu acuado e alertou à vítima que estava com uma faca. Em seguida, o ex-aluno foi até sua moto, pegou uma barra de ferro e retornou para agredir o porteiro”, disse o delegado.
O acusado foi ferido na cabeça e em um dos braços - antes de ser detido, o porteiro foi levado ao IML (Instituto Médico Legal). A vítima teria cortado a mão de outro funcionário, que tentou apartar a briga.
Uma diretora da unidade estava no local, no momento do homicídio, e testemunhou todo o crime, segundo a polícia.
O corpo do engenheiro permaneceu na universidade até às 20h50, quando foi levado ao IML para autópsia. Ele só deverá ser liberado nesta sexta.
Segundo o motorista Marcos André Souza Araújo, 42, tio do engenheiro morto, o sobrinho trabalha desde a adolescência e atuava como motoboy para conseguir renda. “Ele trabalhava 15 horas por dia para guardar dinheiro, já que não conseguia emprego na área de engenharia”, disse.
Para economizar dinheiro, segundo o tio, a vítima se alimentava em restaurantes populares e também no refeitório da PUC. “Ele [o sobrinho] reclamava que esse porteiro pegava no pé dele, porque ele ia comer na faculdade”, afirmou.
Diferentemente do que amigos informaram inicialmente, os pais de Diniz estão vivos, mas vivem separados. O pai está na Bahia, em uma viagem de lazer. A mãe reside no bairro Jaraguá (zona norte). “Ele [Araújo] era mais apegado com o pai, mas sempre foi independente”, disse o tio.
Posicionamento
Em nota, a PUC disse "lamentar profundamente a morte do ex-aluno, provocada por um funcionário de empresa terceirizada".
“A instituição está tomando todas as providências cabíveis e, ao seu alcance, colaborando com as autoridades para o esclarecimento das circunstâncias referentes ao caso”, diz trecho de nota.