Escola da capital paulista fica sem aula por causa de vandalismo
Ataque na madrugada de sábado para domingo deixa colégio estadual sem energia e água
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Alunos da Escola Estadual Professor Messias Freire, no Campo Limpo (zona sul), não tiveram aula nesta semana após o prédio da instituição ter sido alvo de vandalismo na madrugada de sábado para domingo.
Na segunda-feira (4), funcionários encontraram a escola com telhado danificado, quadro de fiação destruído, canos quebrados, sem água e sem energia elétrica.
Para não perder os alimentos que estavam armazenados no freezer e na geladeira, eles foram levados para estabelecimentos comerciais da região.
Ontem um cartaz foi colocado no portão com aviso de que não haverá aula. E não há previsão de reabertura da escola, que sofreu o quinto ataque desde agosto passado.
A cabeleireira Lígia Teixeira, 33 anos, mãe de dois alunos, avalia a situação como “estado de calamidade”. Seus filhos estudam no terceiro e no quarto ano e, segundo ela, estão com medo de ir ao colégio. “Tenho medo que possa acontecer alguma coisa enquanto os alunos estão lá dentro”, afirma.
Moradores do bairro começaram a planejar a organização de um plantão na escola, para impedir novos ataques, mas ainda não sabem como vão fazer.
O comerciante Jurandir Silva Santos, 50, pai de um aluno do 6° ano, afirma que o estado geral da escola é de abandono. Ele lembra que em 14 de setembro os próprios pais fizeram um mutirão para limpar a escola, podar árvores e fazer pequenos reparos.
“A escola está um desastre, já faltava bastante coisa antes mas desde agosto piorou muito”, afirma. Segundo Santos, um novo mutirão deve acontecer neste ano.
A cozinha Elizabete Morais, 76, moradora do bairro e mãe de três ex-alunos matriculados na instituição, está assustada com a frequência dos ataques nos últimos três meses.
“Eu moro aqui há 40 anos e nunca tinha visto a situação dessa forma, mesmo em casos de vandalismo, nunca tinha faltado água e luz.”
Mudança na direção
Para funcionários escola que conversaram com a reportagem, o vandalismo cresceu quando houve uma mudança na direção da escola, em agosto.
“Está muito claro que estes ataques partem de alguém que quer criar problemas para a nova diretoria, não deixar a instituição ser bem vista”, afirma uma das funcionárias.
Ela também afirma que, neste último ataque, os canos de água da instituição foram quebrados, lâmpadas e refletores foram destruídas e câmeras, furtadas.
“No começo, a escola tentou repor os materiais, mas o vandalismo foi acontecendo com mais frequência e a reposição de tudo se tornou inviável”, diz.
A pensionista Marli da Silva Costa, 61 anos e moradora há 30 anos na rua da escola, também afirma que os ataques ao colégio estadual começaram a acontecer de forma “intensificada” a partir de agosto.
“Nós que moramos aqui na rua ficamos assustados, ninguém sabe direito o que está acontecendo nem quando as coisas vão voltar ao normal”, afirma.
Resposta
A Diretoria Regional de Ensino, da gestão João Doria (PSDB) afirma lamentar que a Escola Estadual Messias Freire tenha sido vítima de furto. “O boletim de ocorrência foi registrado e o caso segue em investigação pela Polícia Civil”, diz.
“Todo conteúdo perdido será reposto de acordo com o calendário”, afirma nota.
A diretoria diz que está providenciando a reposição do material furtado e reparo do serviço até a próxima quinta-feira (7).
A gestão Doria afirma na nota que além da escola ter recebido mais de R$ 30 mil para manutenções, no início do ano, a unidade da zona sul da capital também faz parte do Programa Escola Mais Bonita e passará por nova reforma com investimento de R$ 500 mil.
Questionada a respeito dos ataques à escola estadual do Campo Limpo, a Secretaria de Segurança Pública, diz que os casos são investigados pelo 37º DP (Campo Limpo).
Segundo nota enviada pela pasta de segurança, testemunhas estão sendo ouvidas e a polícia busca elementos que auxiliem na identificação dos responsáveis pelos atos de vandalismo no colégio público.