Justiça mantém preso só um dos 41 detidos em rinha de cães

Juiz diz que ele era organizador; os outros tiveram estipulada fiança de até R$ 59.880

Conteúdo restrito a assinantes e cadastrados Você atingiu o limite de
por mês.

Tenha acesso ilimitado: Assine ou Já é assinante? Faça login

São Paulo

A Justiça de Guarulhos (Grande São Paulo) manteve a prisão de uma das 41 pessoas detidas no noite de sábado (14) durante flagrante de uma rinha de cães, em Mairiporã (Grande São Paulo). Na ação, 17 cachorros da raça pit bull foram resgatados. Uma carcaça de cão também foi encontrada no local. Entre os detidos estavam um policial militar e um médico veterinário. 

O homem que ficará preso foi apontado como sendo um dos organizadores "do lamentável evento", como escreve o juiz André Luiz da Silva da Cunha na sentença. O preso também seria um dos responsáveis pela locação do imóvel onde ocorreu a rinha.

Cão ferido é encontrado em rinha na cidade de Mairiporã. Entre os presos há um policial militar e um médico veterinário - Divulgação/Polícia Civil

"Registre-se, no mais, que tentou fugir da ação policial, postura que indica que não irá colaborar com a elucidação dos fatos", diz o magistrado. "A prisão preventiva se faz necessária para se resguardar a ordem pública e por conveniência da instrução processual, sendo a aplicação de medidas cautelares diversas manifestamente insuficiente e inadequada." 

Os envolvidos participaram de audiência de custódia no Fórum de Guarulhos, nesta segunda-feira (16). A reportagem não conseguiu contato com as defesas dos acusados.

Na sentença, o juiz determinou o pagamento de fiança para as demais 40 pessoas detidas, cujos valores vão de 1 salário mínimo (R$ 998) a 60 salários mínimos (R$ 59.880). Os valores, segundo o magistrado, devem ser pagos em até dez dias.

As fianças foram definidas em valores não inferior a duas vezes a renda declarada pelos acusados.

"Os fatos atribuídos aos autuados são repugnantes. Consta que eles participavam de evento no qual cães eram colocados para brigar até a morte. Além de diversos animais severamente machucados, foram encontrados no local corpos de cães que não resistiram aos ferimentos. Tratava-se de evento bem organizado, havendo camisetas utilizadas pelos participantes, bem como a participação de médico veterinário, o qual, segundo as investigações, era responsável por fazer tratamentos paliativos", afirma.

O magistrado ainda aponta que, "em que pese a reprovabilidade do comportamento dos autuados, os fatos não são graves a ponto de justificar a decretação da prisão preventiva".

Entre os detidos, estavam cinco estrangeiros: um americano, dois peruanos e dois mexicanos. O juiz determinou a apreensão dos passaportes de todos e que eles estão proibidos de deixar o país. Segundo o magistrado, "quatro vieram ao Brasil apenas para participar das rinhas".

Rinha

No sábado, as polícias do Paraná e de São Paulo se uniram para fazer a batida no local, onde estaria ocorrendo um “campeonato internacional” de brigas entre cães, que seriam fornecidos por um suspeito do Paraná. Segundo a Polícia, 26 rinhas estavam previstas. Os cães foram levados para veterinários e uma organização de proteção animal.

Notícias relacionadas