Menino morre e 5 parentes são presos suspeitos de agressão
A mãe, os avós maternos e dois tios, sendo um deles um militar, são acusados de bater no garoto
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Cinco pessoas da mesma família foram presas pela morte de um menino de 3 anos, no último dia 30, dois dias após ele dar entrada no hospital de Parelheiros (zona sul da capital) com sinais de agressão. Os acusados são a mãe, os avós maternos e dois tios, um deles militar, do garoto.
Guardas-civis metropolitanos afirmaram em depoimento que foram acionados, no último dia 28, para atender uma ocorrência de maus-tratos no hospital. Chegando ao local, uma médica teria afirmado aos guardas que Victor Adriano Pereira da Cruz apresentava sinais de violência, maus-tratos, desnutrição severa e que, de acordo com exames preliminares, seria portador do vírus HIV.
Uma tia de Victor, de 24 anos, levou a criança à unidade de saúde, onde teria afirmado aos guardas-civis que a criança havia caído em casa e ficado desacordada. A avó da vítima, de 43 anos, confirmou a versão da tia aos guardas.
Ambas foram levadas ao 101º DP (Jardim da Imbuias), onde o avô de Victor, um ajudante de pedreiro de 45 anos, também foi levado instantes depois.
Segundo a polícia, a criança apresentava ferimentos em todo o corpo, recentes e antigos. Por conta disso, o Conselho Tutelar de Parelheiros foi acionado, por mais de uma vez, mas não compareceu ao local, segundo a polícia.
No dia seguinte, a mãe de Victor, de 27 anos, foi presa quando visitava a criança no hospital. O tio do garoto, um soldado do Exército de 20 anos, também foi preso na terça-feira (31). Ele admitiu em depoimento agredir a criança, da mesma forma que outros familiares, mas sem gravidade. Ele ainda afirmou que o menino apanhava por ser “peralta”.
A versão dos acusados é questionada pela polícia, que afirma ser incompatível uma criança com quadro de desnutrição ser considerada “peralta” e que os ferimentos são graves.
Uma irmã de Victor, de 4 anos, não apresentava sinais aparentes de violência, ainda segundo a polícia. Ela permanece em um abrigo conveniado à prefeitura, gestão Bruno Covas (PSDB).
A reportagem apurou que o pai de Victor está preso, acusado por roubo, desde junho do ano passado, no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros (zona oeste da capital).
Conselho Tutelar de Parelheiros diz que não recebeu denúncia
O Conselho Tutelar de Parelheiros afirmou em nota não ter recebido “nenhuma denúncia” de negligência ou maus-tratos sobre o caso de Victor, quando ele deu entrada no hospital.
O órgão acrescentou que tomou ciência do caso quando foi acionado pela unidade de saúde, informando que o menino era medicado e que teria caído da cama. “O Conselho Tutelar de Parelheiros [...] informa que não foi omisso e nem negligente na ocorrência”, diz trecho da nota.
O Exército disse que o tio de Victor, que é soldado na Base de Administração e Apoio do Ibirapuera (zona sul da capital paulista), foi preso preventivamente na terça-feira (31), após ele se apresentar à polícia. Ele permanece detido em Osasco (Grande São Paulo).