Escola na zona norte de SP é interditada após chuva
Temporal do dia 10 provocou desabamento de muro de arrimo em um barranco na Freguesia do Ó
Conteúdo restrito a assinantes e cadastrados
Você atingiu o limite de
5 reportagens
5 reportagens
por mês.
Tenha acesso ilimitado: Assine ou Já é assinante? Faça login
Alunos da Escola Estadual Pasquale Peccicacco, na Freguesia do Ó (zona norte), estão sem aulas há mais de uma semana. A unidade foi interditada pela Defesa Civil após as fortes chuvas que afetaram a Grande São Paulo no último dia 10. O órgão identificou risco de desabamento em um muro de arrimo localizado em um barranco atrás do colégio.
Na sexta-feira (14), após uma reunião com a Diretoria de Ensino, os pais foram comunicados de que os alunos serão temporariamente acomodados na E.E. Professor Augusto Ribeiro de Carvalho, que fica a cerca de 1,5 quilômetro da unidade interditada. Durante o encontro, não foi informado por quanto tempo os estudantes terão de ficar improvisados no outro colégio.
Além da indefinição de prazos, os pais reclamam do fato de que os alunos transferidos serão misturados com estudantes mais velhos. A E. E. Pasquale Peccicacco oferece somente o ensino fundamental 1 (do 1º ao 5º ano), enquanto o outro colégio possui o ensino fundamental 2 (6º ao 9º), além do ensino médio.
"Disseram que vão dividir os alunos e que os portões de entrada deles será diferente. Espero que isso seja cumprido", afirma Valéria Samara Moura, 25, mãe de uma aluna do 3º ano.
Para a vendedora Camila dos Santos, 32, mãe de um menino do 4º ano, a interdição do prédio é reflexo da falta de investimentos em manutenção preventiva. "Além de já ter estudado lá, eu moro perto desta escola. Nunca vi uma reforma sendo feita. A única coisa que fazem é pintar os muros", relata a vendedora.
Ela também critica a demora na retomada das atividades no outro colégio. "Além de atrapalhar o aprendizado, vai acabar sendo necessária a reposição no meio do ano."
A Secretaria Estadual de Educação, gestão João Doria (PSDB) afirma que as aulas serão reiniciadas ainda nesta semana, mas não informou a data exata.
Falta estrutura em colégio para receber alunos, dizem pais
Alunos da E. E. Professor Augusto Ribeiro de Carvalho afirmam que a unidade não tem infraestrutura para receber os estudantes da E.E. Pasquale Peccicacco.
"As salas do segundo andar alagam. Há mesas e cadeiras quebradas e os banheiros estão em péssimo estado", diz um adolescente do 2º ano do ensino médio.
Mãe de um aluno de 7 anos da Pasquale Peccicacco, Taís de Araújo, 26, irá pedir a transferência da criança para outra unidade em razão dos problemas no prédio improvisado.
Resposta
O presidente da FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação), Leandro Damy, afirma que uma equipe de engenharia fará um laudo para definir que obras serão necessárias para reabrir a E. E. Pasquale Peccicacco. Somente após a conclusão deste levantamento, diz, o departamento poderá estabelecer um prazo de reinauguração.
"Essa escola não tem problema estrutural. O que causa a interdição é o muro ao lado, que está com uma trinca", diz o presidente do órgão que é ligado ao governo do estado, gestão João Doria (PSDB). Segundo ele, foram construídas casas no alto do barranco. "O muro não foi projetado para receber a carga que tem hoje".
Sobre as reclamações de que a E. E. Augusto Ribeiro de Carvalho está em más condições, Damy diz que não recebeu pedidos de intervenção. Mesmo assim, a FDE irá enviar um técnico para avaliar o local. Sobre a convivência de estudantes com idades diferentes, a Secretaria Estadual da Educação diz que os alunos de cada ciclo serão mantidos em espaços separados.