Descrição de chapéu Alalaô

Reta final do Carnaval de SP tem um morto a facadas e baleados

Em um dos casos, folião tentou reagir a assalto em um bloco na região central e foi assassinado

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São Paulo

Ao menos cinco pessoas foram esfaqueadas, sendo que uma delas morreu, em menos de 24 horas no Carnaval de rua paulistano. Os crimes ocorreram entre as 22h30 de domingo (23) e às 20h20 desta segunda (24) na região central e na zona oeste. Nenhum suspeito pelos crimes havia sido preso até a conclusão desta edição.

O funcionário público Pedro Henrique de Sá Gonçalves da Silva, 28 anos, morreu após ser vítima de latrocínio (roubo com morte), por volta das 22h30 de domingo na República (centro). 

Bloco Domingo Ela Não Vai, onde um folião foi esfaqueado em uma tentativa de assalto - Adriano Vizoni - 24.fev.20/Folhapress

Segundo testemunhas disseram à polícia, ele foi esfaqueado no peito, quando participava de um bloco. O servidor foi levado à Santa Casa, mas não resistiu. 

Na tarde seguinte, um folião de 39 anos foi esfaqueado em uma tentativa de assalto no bloco Domingo Ela Não Vai, na Santa Cecília, também no centro. 

À polícia, a vítima disse que reagiu à ação de três pessoas. O folião foi esfaqueado no braço. Ele também foi levado à Santa Casa, onde foi medicado. 

No mesmo dia, um homem de 26 anos e dois, de 27, foram esfaqueados durante uma briga em um bloco em Pinheiros (zona oeste). O estado de saúde deles não foi informado.

No último dia 16, no pré-Carnaval, cinco pessoas foram baleadas, após um policial civil reagir a um assalto no Brooklin (zona sul). Três suspeitos e duas folionas foram feridos a tiros.

Em outro caso de violência, na tarde desta terça (25), o DJ Diplo precisou ser retirado de um bloco na zona oeste após um tiroteio, conforme o UOL.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, um homem foi detido por tentativa de furto no trajeto do bloco. Ele teria sido o autor dos disparos. "As primeiras informações apontam que a vítima reagiu atirando contra o criminoso, que foi levado ao hospital Saboya. Uma mulher também foi atingida e socorrida ao Hospital das Clínicas. A ocorrência será registrada pelo 14º DP, que investigará todas as circunstâncias dos fatos", afirmou.

Análise

Para Rafael Alcadipani, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas, "é impossível" fazer um patrulhamento eficaz, por parte das polícias, em um ambiente em que milhões de pessoas ocupam as ruas. "Os blocos são o cenário ideal para que assaltos ocorram", diz.

Em balanço divulgado nesta terça, a Secretaria de Segurança Pública diz que 1.300 pessoas foram presas no estado desde sexta e que apreendeu 142 celulares suspeitos de furto.

Renato Sérgio de Lima, diretor do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirma que os casos de violência registrados no Carnaval mostram a importância do policiamento ostensivo neste tipo de evento. 
Ele diz, no entanto, que as cinco vítimas de esfaqueamento é um número baixo, em um universo de 15 milhões de pessoas, público estimado para o Carnaval de rua da capital, neste ano pela prefeitura, gestão Bruno Covas (PSDB).

"Os feridos e o morto a facadas demonstram que o país está vivendo um momento em que a violência está banalizada. O Carnaval é um momento de festa, de questionamentos, mas não é um lugar para atos de violência. Os registros não são tão graves, comparando com o público total, mas são um sinal de alerta", disse. 

O especialista em segurança pública afirma que os números servem para que as polícias criem mais estratégias de combate à violência em eventos com milhões de pessoas. 

Resposta

O tenente-coronel Emerson Massera, porta-voz da Polícia Militar, diz que pelo fato de o Carnaval de São Paulo ter crescido em estrutura e organização nos últimos anos, a corporação empregou em 2020 o maior contingente operacional das história do evento. Foram mais de 20 mil PMs e 8.000 viaturas, por dia, no estado de São Paulo. "Nossa avaliação até o momento é positiva, especialmente em relação à grandiosidade dos eventos, quantidade de blocos e público."

Xixi

Desde o último 15, no fim de semana de pré-Carnaval em São Paulo, até esta segunda-feira (24), a Prefeitura de São Paulo afirma ter multado 147 pessoas que fizeram xixi na rua durante o desfiles dos blocos. O valor da multa é R$ 549,27.

No mesmo período do Carnaval passado, a gestão Bruno Covas multou 244 pessoas por urinarem nas ruas da capital.

Em balanço divulgado nesta segunda, a Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), diz que foram coletadas 456,5 toneladas de lixo durante a passagens dos blocos e nos desfiles das escolas de samba no Anhembi.

A Secretaria Municipal de Cultura diz que dos 253 desfiles de blocos previstos para saírem às ruas entre sábado passado e esta segunda, apenas dez não foram realizados. "Nenhum dos cancelamentos aconteceu por determinação da prefeitura", afirma a nota. Para o pós-Carnaval, no próximo fim de semana, estão previstos 165 blocos na capital, sendo 86 no sábado (29) e 79 no domingo (1º de março). (FP)

Estatísticas

Presos  1.583   
Autuações por evitar o bafômetro  6.672  
Motoristas flagrados bêbados  1.120  
Armas apreendidas  111  
Drogas localizadas 1,1 tonelada   
Celulares apreendidos 142 142  
Celulares devolvidos aos donos   75  
Público estimado 15 milhões  
Blocos oficiais  678  
Multas por fazer xixi na rua 147  

*Incluindo o pré-Carnaval
 
Fontes: Secretaria Estadual da Segurança Pública, Polícia Militar e Prefeitura de São Paulo

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