Tempo para chegar ao trabalho dobra com o monotrilho parado em SP
Em alguns casos, tempo da viagem entre a zona leste e regiões centrais da capital chega a dobrar
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Sem contar com o monotrilho da linha 15-prata do metrô (Vila Prudente-São Mateus) há 12 dias, os moradores da zona leste de São Paulo estão enfrentando dificuldades para se deslocar pela cidade. Alguns deles estão levando mais do que o dobro do tempo que gastavam para chegar ou voltar de seus compromissos.
A auxiliar administrativo Kemily Ferreira, 21, demorava 40 minutos para ir do parque São Rafael até a República. Ela ia de monotrilho para a Vila Prudente, onde embarcava em um ônibus para o parque Dom Pedro. Lá, pegava o metrô da linha 3-vermelha. Agora, pega dois ônibus até a estação Carrão, onde acessa o metrô. O tempo de viagem subiu para uma hora e meia.
O estagiário Danilo Cavalcante, 21, demorava 20 minutos para ir de monotrilho de Sapopemba até a Vila Prudente. Agora, com os ônibus do Paese (Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência), faz o trajeto em mais de 40 minutos. “Não compensa outro caminho. Se eu fosse até a linha 3, demoraria mais de uma hora e meia”, diz.
A empregada doméstica Maria José de Lima, 42, mora próximo a São Mateus e trabalha no Brooklin. Ela também utiliza o Paese para chegar até a linha 2-verde. “Demorava uma hora e meia. Agora levo duas horas e quarenta”, afirma.
Para Cleonice Moreira Niza, 46, além da demora, o Paese tem outro problema: a superlotação. “Tem dia que sai até confusão”, relata. “Na maioria das vezes, é necessário ficar esperando filas enormes pra conseguir entrar, principalmente à noite”, acrescenta a bancária Nathalia Santana, 21.
Indefinição
Ainda não há prazo para reabertura da linha 15-prata, que teve a circulação suspensa após falhas em um pneu, no último dia 27. O Consórcio Expresso Monotrilho Leste diz que “segue apurando as causas do incidente ocorrido e trabalha para corrigir as inconformidades detectadas para que o serviço volte a funcionar com regularidade e segurança o mais breve possível”. Fazem parte do consórcio as empresas OAS, Queiroz Galvão e Bombardier.
O sindicato dos metroviários acusa o metrô de esconder informações sobre a paralisação e apontou possíveis causas para o problema, como o excesso de trepidação na via. Procurado para comentar as afirmações e detalhar o andamento das investigações, o metrô não respondeu.