Asilo clandestino é interditado em Campinas após idoso morrer por causa da Covid-19
Vigilância Sanitária constatou que no local outros 19 idosos vivem em condições insalubres
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Um asilo clandestino foi interditado, na manhã desta sexta-feira (24) em Campinas (98 km de SP), após o governo municipal constatar que um idoso de 71 anos, que morava no imóvel, morreu por causa da Covid-19 no último dia 3.
No local, vivem 19 idosos em condições insalubres. Nenhum deles testou positivo para o novo coronavírus, segundo a prefeitura.
A Vigilância Sanitária da cidade foi na manhã desta sexta até o asilo, no bairro Guanabara, acompanhada da Polícia Militar, além de médicos e enfermeiros do departamento municipal de saúde, após ter o acesso ao local negado na quinta-feira (23).
De acordo com a prefeitura, gestão Jonas Donizette (PSB), após a morte do idoso, o governo constatou que o endereço indicado na ficha do paciente era falso. Por causa disso, iniciou-se uma investigação para descobrir o endereço do homem, que é o primeiro caso de vítima fatal por Covid-19 de morador de asilo na cidade.
Procurados, socorristas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) indicaram o endereço de onde encaminharam o idoso para o hospital onde ele acabou morrendo. O nome da unidade de saúde e a data em que o homem foi socorrido não foram informados.
Chegando ao asilo, nesta quinta, uma funcionária negou conhecer a vítima e também teria informado que o local não atendia idosos, afirmou Ana Lúcia Montini, chefe do setor de serviços de saúde da Vigilância Sanitária. Porém, técnicos do órgão puderam visualizar idosos no local, onde retornaram acompanhados da PM nesta sexta.
Insalubre
Profissionais da Vigilância Sanitária constataram que o asilo não tem licença sanitária, nem estrutura física adequada, além de disponibilizar poucos banheiros e contar com espaço insuficiente, gerando aglomerações —o que não é recomendado por autoridades de saúde, por causa da pandemia do novo coronavírus.
O órgão também verificou que o local está em más condições de higiene, não tem prontuário médico dos idosos que lá vivem e também não controla medicamentos administrados aos velhinhos.
A responsável pelo local, segundo a prefeitura, já teve outros dois estabelecimentos semelhantes interditados no bairro Jardim Santa Mônica. As datas das interdições não foram informadas. A mulher, que não eve a identidade informada, foi ouvida pela polícia e liberada. A defesa dela não foi localizada até a publicação desta reportagem.
Os 19 idosos que ainda permanecem no asilo clandestino não testaram positivo para a Covid-19. Porém, ficarão ficarão por 14 dias em observação por profissionais da Secretaria de Saúde de Campinas.
A Vigilância Sanitária irá apresentar um relatório à Polícia Civil, que já está investigando o caso.