Capital paulista registra maior lentidão no trânsito desde decretação da quarentena
Segundo gestão municipal, foram registrados 19 km de congestionamento às 9h desta quarta (22)
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A capital paulista registrou o maior índice de lentidão no trânsito às 9h desta quarta-feira (22), desde que a quarentena foi decretada pelo governo do estado, em 24 de março. Segundo a prefeitura, foram registrados 19 quilômetros de lentidão, superando os 10 quilômetros computados na última quinta-feira (9), pouco antes do feriado da Páscoa.
Os dados foram coletados por meio do aplicativo Waze, com o qual a prefeitura mantém parceria. O aplicativo consegue mensurar o deslocamento de veículos individualmente, aumentando a abrangência das atividades da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) que, segundo a gestão Bruno Covas (PSDB), monitora 868 vias da cidade.
“O estudo mostra que está acontecendo uma grande variação para cima no volume de carros na cidade de São Paulo. Atingimos hoje [quarta], com 19 quilômetros de lentidão, o maior número do pico da manhã de todo o período de quarentena", afirmou Edson Caram, secretário municipal de Mobilidade e Transportes da cidade de São Paulo.
Ele acrescentou "ser muito importante" que as pessoas respeitem o isolamento social. "Não é momento de haver relaxamento", alertou.
Ainda de acordo com a prefeitura, o aplicativo consegue captar, individualmente, pequenos atrasos dos veículos em seus deslocamentos, diferentemente da CET, que calcula a lentidão do tráfego somente quando há a formação de filas, gerando congestionamentos.
Lentidão resulta de relaxamento das pessoas, diz especialista
Sérgio Ejzenberg, engenheiro em transportes, diz que congestionamentos de veículos e lentidão no trânsito não são um problema quando ocorrem numa situação de pandemia, como a vivida mundialmente por causa da Covid-19.
Para o especialista, o fato de as pessoas usarem seus carros para se deslocar pela cidade evita aglomerações em trens, ônibus e metrô.
Sobre o recorde de lentidão registrado nesta quarta-feira pela Prefeitura de São Paulo, Ejznberg afirma que isso resulta do relaxamento da população com relação ao isolamento social. “Antes da Páscoa foram registrados 10 quilômetros de lentidão e agora [quarta] quase o dobro. Isso demonstra que as pessoas não estão respeitando a quarentena”, criticou o especialista, que também é mestre pela escola Politécnica da USP.
O Ejznberg diz ser contrário ao retorno do rodízio durante a pandemia, pois a medida era usada, antes de 24 de março, para diminuir os índices de poluição na cidade que, segundo análise da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), caiu desde o início da quarentena.