Mais de 18 mil itens hospitalares são apreendidos em imóveis de suspeitos de desviar exames de Covid-19
Polícia Civil cumpriu 22 mandados de busca e apreensão na capital paulista e em mais cinco cidades
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A polícia apreendeu na manhã desta quinta-feira (16) mais de 18 mil itens hospitalares em imóveis pertencentes aos 14 suspeitos de envolvimento no desvio de quase 15 mil testes de Covid-19, no último dia 8, no aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP).
As apreensões ocorreram durante o cumprimento de 22 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça, na capital e em outras cinco cidades.
Segundo o delegado Luís Alberto Guerra, da delegacia do aeroporto, foram encontrados nos imóveis dos suspeitos 8.000 macacões impermeáveis de proteção, 10 mil máscaras cirúrgicas, além de cerca de 600 testes de Covid-19. “Agora vamos investigar a procedência destes itens para saber se foram também desviados”, explicou o policial.
Guerra acrescentou já ter esclarecido quem seriam os receptadores da carga desviada do aeroporto, entre eles empresários ligados ao ramo da saúde, que permanecem presos. “Nosso desafio agora é descobrir como os testes foram desviados do aeroporto”, acrescentou, sem dar detalhes.
Os mandados foram cumpridos em todas as regiões da capital paulista, além de Mogi das Cruzes, Osasco, e Guarulhos, todas da Grande SP, e Indaiatuba e Campinas, ambas no interior do estado
O bando permanece preso preventivamente, por decisão da Justiça, até que as investigações sobre o desvio dos testes no aeroporto sejam esclarecidas.
O caso
A Polícia Civil de São Paulo prendeu em flagrante, no último dia 11, 14 suspeitos de integrarem uma quadrilha suspeita de envolvimento no furto de cerca de 15 mil testes para o novo coronavírus e 2 milhões de máscaras do aeroporto internacional de Cumbica, no último dia 8.
Um policial se passou por um interessado em comprar os testes e negociou os produtos por R$ 3 milhões. Assim, os agentes conseguiram chegar ao galpão no bairro do Ipiranga, zona sul da capital paulista, onde os criminosos guardavam os materiais, segundo afirmou na ocasião Osvaldo Nico, diretor do Dope (Departamento de Operações Especiais e Estratégicos).
A reportagem apurou que a quadrilha pretendia ainda desviar outro lote de testes do novo coronavírus que chegaria ao Brasil.