O segundo nascimento de Zildete Alves após contrair coronavírus
Auxiliar administrativa passa 16 dias na UTI para se curar da Covid-19 depois de ter sido diagnosticada com suspeita de infarto
Conteúdo restrito a assinantes e cadastrados
Você atingiu o limite de
5 reportagens
5 reportagens
por mês.
Tenha acesso ilimitado: Assine ou Já é assinante? Faça login
Há um mês, a vida da auxiliar administrativa Zildete Alves, de 60 anos, virou de pernas para o ar. De tal forma que, após se recuperar de um caso grave de Covid-19, ouviu de um médico que ela havia nascido pela segunda vez.
O problema da moradora de São Mateus (zona leste de SP) foi que, até ser diagnosticada com o novo coronavírus, ela foi avaliada como se estivesse com suspeita de infarto, o que atrasou o seu tratamento.
Tudo começou dia 17 de março, data em que foi pegar remédios no Hospital do Servidor Público Estadual. Ela acredita ter se infectado no hospital ou no caminho, já que foi de ônibus e metrô. No dia 26, tomou vacina contra gripe no posto de saúde e, no dia seguinte, começou a sentir os sintomas, como indisposição, falta de apetite e falta de ar.
"No dia 27 eu passei muito mal e fui ao Hospital do Servidor Público. Não tinha febre nem coriza, mas estava com muita dor na barriga. O médico suspeitou de infarto e me mandou fazer eletro e exame de sangue de enzimas. Fiquei esperando os resultados muito tempo até que não deu nada de mais. O médico apenas disse que deu uma cardiopatia média e me mandou passar em um psiquiatra, por causa da ansiedade", conta Zildete.
Após uma semana em casa, ainda sentindo-se mal, ela procurou o Hospital São Bernardo. "Lá, o médico já mandou fazer raio-X e exame de sangue, e falou que era coronavírus. Estava muito ruim", lembra.
Ela foi internada e ficou dois dias na UTI. No terceiro dia, foi para o quarto e pediu uma banana para comer, por estar faminta. Mas se engasgou e sua situação piorou. Foi levada de volta para a UTI e ficou os 14 dias seguintes, entubada. Só recebeu alta dia 23.
Assim como ela, o pai, João Alves, de 93 anos; a madrasta, Laudelina, de 82; o marido, Sérgio, de 62; e o irmão, Daniel, de 58, todos pegaram o coronavírus. Só o marido não precisou ser internado. Agora todos estão em recuperação e Zildete, por ter sido entubada, ainda está com muitas dores na garganta e mal-estar.
"Meu pulmão petrificou, praticamente. Foi um milagre mesmo, como a médica falou", finalizou.