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Paciente se recupera do coronavírus após ficar internada duas vezes em Santos

Família suspeita de contaminação na primeira internação

São Paulo

Em 20 dias, Cecília Guimarães Thomé, de 82 anos, precisou brigar duas vezes pela vida no Hospital Ana Costa, em Santos. No início deste mês, a aposentada foi internada às pressas por causa de um sangramento provocado por uma mielodisplasia (doença do sangue causada por um distúrbio no funcionamento das células da medula óssea). Quatro dias após ter alta, ela precisou retornar para se livrar do novo coronavírus.

A aposentada Cecília Guimarães Thomé, de 82 anos, deixa o Hospital Ana Costa, em Santos, onde se recuperou da Covid-19 após duas internações
A aposentada Cecília Guimarães Thomé, de 82 anos, deixa o Hospital Ana Costa, em Santos, onde se recuperou da Covid-19 após duas internações - Gabriela Thomé Curti/Arquivo Pessoal

Na primeira internação, foram dez dias na UTI. O alívio pela saída do hospital durou pouco e, dois dias depois, a aposentada passou a sentir falta de ar, febre e tosse. Como a dipirona só diminuía a febre, mas não a fazia melhorar, a filha, Kátia Guimarães Thomé Curti, 59 anos, a levou de volta ao hospital no dia 13.

“Ela estava com pneumonia e água nos dois pulmões. O médico só falou que ia interná-la novamente por causa da pneumonia. O resultado do teste da Covid só saiu na quinta (16), com a confirmação de positivo”, conta Gabriela Thomé Curti, 33, neta de dona Cecília, explicando que dessa vez ela não foi para a UTI.

Logo tratada, a aposentada se recuperou após uma semana e teve alta. A filha também apresentou sintomas, mas fez exames duas vezes e em ambos o resultado foi negativo. Agora, Cecília continua isolada com Kátia, enquanto o marido, Mauriti, de 85 anos, ficou em casa, já que também é do grupo de risco.

“Por ter Alzheimer, minha avó não entende o que aconteceu com ela. Minha mãe relatou que ela está muito carente. Não pode se afastar. Até quando vai pegar um copo d'água ela fica falando para ficar com ela. Acho que, no inconsciente, ela está com medo de deixarmos ela novamente”, diz Gabriela, revelando que a avó ficou a segunda internação sozinha no quarto.

"No primeiro período que ficou internada na UTI, minha mãe podia visitar uma vez por dia. No quarto, minha mãe ficou o tempo todo com ela. Mas, no segundo momento, ela já entrou no pronto socorro e minha mae não teve mais contato com ela", conta.

Passado o susto, a família acredita que dona Cecília tenha pegado a Covid-19 enquanto esteve internada pela primeira vez.

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