A gerente comercial Karla Nathália Bertuco, 35 anos, não imaginava que uma gripe evoluísse para um quadro de Covid-19 em três dias.
Ela foi diagnosticada com a doença em 23 de março, mas já estava isolada em casa, em Santo André (ABC), há cinco dias. “Tenho quase certeza que fui infectada quando acompanhei um primo até o aeroporto [internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande SP], no dia 15. Fomos até lá em um ônibus executivo, cheio de estrangeiros”, relembra.
Três dias após ir ao aeroporto, Karla começou a sentir os sintomas. “Estava febril, com falta de ar, tossindo muito e com o olho doendo. Cheguei a pensar que era conjuntivite.”
Após ser levada pelo seu namorado até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da avenida Perimetral, exames apontaram que ela estava com 41° de febre, baixa oxigenação sanguínea e foi isolada para a realização de uma bateria de exames, que indicavam suspeita de coronavírus. No dia 23 saiu o resultado: positivo.
Para evitar contato, principalmente após a confirmação da contaminação, seus familiares deixavam alimentos, na garagem do prédio, para ela ir buscar. “Eu colocava sacos plásticos até em meus sapatos para evitar contaminar qualquer pessoa”, diz a gerente.
Ela permaneceu em seu apartamento, se medicando e repousando, sozinha durante 20 dias. Karla afirmou que, por ser católica, rezava muito. Ela se sentia culpada por estar com o coronavírus. “Esse sentimento de culpa é muito ruim, por achar que as pessoas podem te julgar, por estar doente.”
Em 1º de abril, a gerente retornou ao hospital, onde fez mais um exame. No dia seguinte, por telefone, lhe informaram que ela podia voltar à rotina, pois estava curada. “Mas só me senti segura para ir na rua seis dias depois, para ir ao mercado”, admitiu.
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