Enfermeiro do Samu sente na pele a crueldade da Covid-19
Na linha de frente da luta contra a doença, ele não conseguiu escapar
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Acostumado a tratar de pacientes do Samu de Jundiaí (a 56 km de São Paulo), o enfermeiro Carlos Danilo Ramos da Cruz, 31 Anos, se viu do outro lado no mês passado, ao precisar ser internado com o novo coronavírus no Hospital São Vicente de Paulo.
Os primeiros sintomas apareceram quando ele estava de folga, após pegar alguns dias para descansar. Ele sentiu muita dor de cabeça, dores no corpo, febre, falta de ar, tosse e cansaço físico mesmo em repouso.
“Eu ficava somente deitado. Para levantar, tinha muita falta de ar. Para me mexer na cama, tinha muita dor no corpo. Também para tomar banho, me vestir”, conta, dizendo que deve ter se contaminado com algum paciente.
“Eu fico exposto a vários pacientes em diversos tipos de atendimento que realizo no meu dia a dia. Então, provavelmente, pode ter sido em algum atendimento. Ou não. Estamos sujeitos a atender um paciente por um motivo e, chegando lá, a gente não sabe se ele tem o coronavírus.”
Como não teve pneumonia, Carlos ficou internado nove dias em uma ala preparada para atender pacientes da Covid-19 e não precisou usar respirador, apenas recebeu oxigênio em cateter no nariz.
Quando teve alta, dia 1º de maio, ele voltou para casa e se isolou da mãe, Ivete, 58 anos, e da irmã, Caren, 22, que não pegaram a doença.
“Voltei a trabalhar alguns dias depois da minha recuperação. Hoje não tenho mais nenhum sintoma grave do que eu estava sentindo antes.”