Justiça manda ônibus parados voltarem a rodar na zona leste de SP
Trabalhadores cobram pagamento de salários atrasados; gestão Covas diz que paralisação provocou aglomeração em outras linhas
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A SPTrans, empresa ligada à Prefeitura de São Paulo que administra o transporte público por ônibus na capital paulista, conseguiu uma decisão favorável da Justiça do Trabalho, em meio a um impasse com a Pêssego Transporte. Uma liminar expedida nesta quinta-feira (11) estabelece que os veículos da empresa voltem a operar com 100% da frota no horário de pico e 90% fora dele.
A determinação prevê multa de R$ 100 mil por dia ao sindicato da categoria (Sindmotoristas) e à empresa em caso de descumprimento.
Os trabalhadores, em greve desde segunda-feira (8), reclamam de salários atrasados. A cooperativa atua na zona leste da capital paulista. A empresa também cobra mais segurança para operar.
Com a paralisação parcial, várias linhas de lotações ficaram sem rodar, aumentando a aglomeração nos coletivos da região.
São pelo menos dez trajetos interrompidos, especialmente no bairro da Penha.
Em nota a SPTrans, da gestão Bruno Covas (PSDB), disse que “a manifestação de funcionários da Pêssego Transportes ainda impactava a circulação dos ônibus nesta quinta-feira e que equipes de monitoramento e fiscalização farão ajustes, se necessário”.
A Pêssego Transporte disse ao Agora que irá atender à determinação da Justiça e irá disponibilizar 80 ônibus para atender as linhas paradas.
Já o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de SP disse ter se manifestado no processo judicial alegando não ser parte do impasse. A instituição pede para ser desassociada da decisão. Uma audiência sobre o tema está marcada para a tarde desta sexta-feira (12).
Com a reabertura do comércio e outros setores na cidadde, a demanda por ônibus aumentou. Em nota, a SPTrans diz que 200 mil passageiros a mais usaram os coletivos na cidade de São Paulo nesta segunda-feira na comparação com a segunda anterior (1).
Na terça (9) e quarta (10), segundo boletim de mobilidade e transporte da prefeitura, foram 100 mil passageiros a mais em cada um dos dias, na comparação com a terça e a quarta anteriores.
Em reunião com representantes do Sindmotoristas nesta quarta, a prefeitura disse que a cidade está operando com 92% da frota, ou seja, com 11.828 veículos atendem a demanda.
O sindicado vinha pressionando a gestão Covas entender que a operação com a frota total evitaria a concentração de pessoas nos terminas e pontos de ônibus, bem como diminuiria a probabilidade de os veículos trafegarem lotados. Mas a totalidade ainda não é possível por causa do quadro de funcionários reduzido, segundo a SPTrans. Aproximadamente 350 motoristas e cobradores foram afastados por questões de saúde ou por fazerem parte do grupo de risco do novo coronavírus, de acordo com o sindicato.