No começo da semana que marca o início da flexibilização do comércio, 200 mil pessoas a mais andaram de ônibus na cidade de São Paulo. Nesta segunda-feira (8), foram transportadas 1,3 milhão de passageiros, enquanto na segunda anterior (1º) foram 1,1 milhão. Os dados são da prefeitura.
Como a reportagem do Agora mostrou, mesmo após a recomendação da gestão Covas (PSDB) para que os ônibus municipais da capital viajassem apenas com passageiros sentados, os veículos estavam lotados logo no primeiro dia útil da medida.
O Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas e Cobradores) vem pressionando a administração municipal para aumentar o número de coletivos em circulação. Eles entendem que a operação com 100% da frota evitaria a concentração de pessoas nos terminas e nos pontos de ônibus, bem como diminuiria a probabilidade de os veículos trafegarem lotados.
Nesta quarta-feira (10), um grupo de representantes do Sindmotoristas foi até a sede da prefeitura para uma reunião com o secretário municipal de Mobilidade e Transportes, Edson Caram.
Em tempos normais, há 13 mil ônibus por dia em circulação na capital. A totalidade ainda não será atingida por causa do quadro reduzido de motoristas e cobradores.
Aproximadamente 10% dos 3.500 profissionais estão impedidos de trabalhar por questões de saúde, conforme o sindicato da categoria. Eles integram o grupo de risco ou contraíram a doença.
Com a reabertura gradual das atividades, foi acordado que os ônibus na cidade de São Paulo passam a operar com 92% da frota, 11.828 coletivos atendendo a demanda.
O secretário-geral do Sindmotoristas, Francisco Xavier, comemorou o resultado. “Nós estávamos operando com no máximo 75% da frota. Agora mais ou menos 700 ônibus vão voltar para as ruas. Isso é muito bom. Mas ainda estamos esperando o total, porque, apesar de a orientação da prefeitura ser de que os coletivos circulem com passageiros sentados, não é bem isso o que acontece. Então, o risco é maior.”
O Metrô e a CPTM também devem ter um aumento na demanda. A reportagem pediu o balanço de passageiros para as duas companhias, mas não obteve retorno.
Nesta semana, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Estado de São Paulo expediram recomendações à SPTrans, EMTU, CPTM, Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes e ao Metrô a respeito do funcionamento do transporte público durante a pandemia.
A lista inclui a adoção da frota integral, de protocolos de distanciamento entre passageiros, a comunicação com passageiros sobre os perigos de contágio da doença e comportamentos preventivos.
O promotor Roberto Pimentel explica como a fiscalização das normas será feita. “Primeiro vamos aguardar as respostas das empresas. Depois, continuaremos a acompanhar a implementação das medidas ao longo dos dias, inclusive nos inquéritos civis que estão em andamento nas Promotorias do Consumidor e Habitação e Urbanismo e nos procedimentos instaurados na Defensoria Pública.”
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.