Retomada parcial

No pior momento da crise provocada pela Covid-19, a economia brasileira encolheu 9,6% no segundo trimestre deste ano, na comparação com os três meses anteriores. Pudera: foi quando comércio, empresas e atividades pararam para conter o contágio do coronavírus.

Os números do terceiro trimestre, que saíram na quinta-feira (3), mostram que o país começou a sair do buraco, mas ainda não recuperou a renda perdida: a economia cresceu 7,7% no período.
Isso significa que, na média, ainda estamos mais pobres do que no início da pandemia, quando a situação nacional já não era nenhuma maravilha.

Os dados mostram que o pagamento do auxílio emergencial foi muito importante para evitar um desastre maior. Além de o consumo das famílias ter voltado a crescer entre julho e setembro, até a poupança dos brasileiros aumentou —porque alguns conseguiram guardar parte da grana recebida.

Há uma boa chance de a recuperação continuar nos próximos meses, ainda mais com as perspectivas favoráveis da vacinação contra a Covid-19. A indústria e a construção já avançaram bastante, faltam o comércio e os serviços, onde a grande maioria está empregada.

O governo Jair Bolsonaro ainda precisa resolver o que vai fazer com o encerramento do auxílio emergencial. Falou-se em criar um novo programa, uma espécie de Bolsa Família ampliado, mas até hoje ninguém soube dizer de onde vai sair dinheiro para isso.

Se resolverem gastar além do que permite o Orçamento, é crise na certa. Se não resolverem nada, as pessoas e as empresas podem parar de comprar e investir. Está passando da hora de o presidente mostrar algum serviço.

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