Polícia investiga possível marca de sangue em carro do filho de PM suspeito da morte de Guilherme
Veículo, que supostamente teria sido usado por sargento, foi submetido a exame de luminol, que reagiu no tapete do motorista
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A polícia encontrou uma mancha, que pode ser de sangue, no carro supostamente usado pelo sargento Adriano Fernandes de Campos, 41 anos, preso sob a suspeita de participação na morte do adolescente Guilherme Silva Guedes, 15 anos, no último dia 14, após o garoto ser abordado por dois homens armados em Americanópolis (zona sul).
O carro está registrado no nome do filho do policial, que não utilizava o veículo, de acordo com a polícia.
"O lumiol reagiu a uma mancha lá [no tapete do lado do motorista]. Que teve reação [química], teve. Agora precisamos ver se essa realmente é sangue", explicou o delegado Fábio Pinheiro, diretor do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa).
O luminol é uma composto químico que reage quando entra em contato com algumas substâncias, entre elas sangue auxiliando policiais a encontrar indícios que não podem ser vistos a olho nu.
Laudo afirma que o jovem foi morto com dois tiros na cabeça. A polícia aguarda a conclusão de outro laudo, com o qual irá investigar de qual arma partiram os tiros.
A Corregedoria da PM entregou ao departamento de homicídios pistolas, calibre ponto 40, usadas por dois policiais do CPA/M6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitana 6), do ABC, onde trabalhava o único suspeito preso.
Também foram apreendidas duas armas de policiais, do 22º Batalhão, e três do 3º Batalhão da PM, ambos na zona sul.
O corpo do adolescente foi achado em Diadema (ABC). Ele teria sido confundido com uma pessoa que invadiu um galpão onde a empresa de segurança do sargento trabalhava.
O PM preso nega participação no crime, segundo seus advogados de defesa. Ele ainda não prestou depoimento formalmente à Polícia Civil, que pretende indiciar o sargento pelo crime.
Além do sargento, o departamento de homicídios tenta identificar um segundo suspeito pelo assassinato, que aparece em imagens de câmeras de monitoramento, antes do adolescente desaparecer.
Investigações
O corpo de Guilherme foi encontrado, por volta das 9h30 de domingo (14), no limite entre a zona sul de São Paulo e Diadema. Ele, no entanto, teria sido morto em outro local, antes de seu corpo ser abandonado em um terreno, de acordo com a polícia.
Segundo registrado pelo DHPP, o corpo do adolescente estava calçado somente com meias brancas. “Vale consignar que o solado das meias que a vítima calçava estavam parcialmente limpos, apesar de o corpo ter sido encontrado em uma região de terra, valendo consignar também que seu par de tênis não foi encontrado”, diz trecho de documento policial.
Ainda de acordo com o departamento de homicídios, nenhum projétil de arma de fogo foi encontrado perto do cadáver, indicando que ele teria sido morto em outra região.
A reportagem apurou que uma mulher, que terá a identidade preservada por segurança, prestou depoimento no dia 19 à Polícia Civil. Ela afirmou ter visto o momento em que Guilherme foi colocado dentro de um carro e, instantes depois, ouvido ao menos dois sons semelhantes a tiros.
Vídeos com imagens de policiais militares agredindo moradores da Vila Clara, que fica na região, foram divulgados nas redes sociais. Segundo pessoas que moram no bairro, as imagens foram gravadas na noite de segunda-feira, após a primeira onda de protestos.