Ao menos seis ônibus foram alvos de vandalismo na noite desta terça-feira (16) em Americanópolis (zona sul de São Paulo), após o segundo dia de protestos por causa da morte do adolescente Guilherme Silva Guedes, 15 anos.
Dois policiais militares são suspeitos da morte do garoto, que desapareceu próximo de sua casa na madrugada de domingo. Seu corpo foi encontrado próximo a um terreno em Diadema (Grande SP) e reconhecido pela família no IML (Instituto Médico Legal). Guilherme tinha duas marcas de tiros, uma na testa e outra na mão.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram diversas pessoas com pedaços de pau tentando quebrar semáforos e jogando lixo nas ruas da região.
O tumulto começou depois da dispersão de um protesto na região, que pedia justiça pela morte do adolescente. A manifestação chegou a bloquear a avenida Cupecê e foi acompanhada por policiais militares.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, gestão João Doria (PSDB), "equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas para combater múltiplos focos de incêndio." Ainda segundo a pasta, " um estabelecimento comercial foi furtado.
"Foram registradas também tentativas de roubos e furtos a motoristas e pedestres. Policiais da área e de batalhões especializados reforçaram as ações de patrulhamento na região para cessar os atos de vandalismo e garantir a segurança das pessoas", diz a secretaria, em nota.
No dia anterior, ao menos sete ônibus haviam sido queimados, três depredados e um adolescente apreendido.
Na manhã desta quarta-feira (17), o delegado Fábio Pinheiro, diretor do DHPP (Departamento de Homicídios à Pessoa), disse que um sargento da Polícia Militar do Baep (Batalhão de Ações Especiais) de São Bernardo do Campo é um dos suspeitos, segundo o UOL. Ele aparece em imagens próximas à casa do garoto e seria dono de uma empresa de segurança que cuidava de um galpão no bairro, que teria sido invadido.
Segundo o delegado, o adolescente teria sido pego pelos dois policiais militares à paisana —o segundo é um soldado.
No local da abordagem foi encontrada uma tarjeta, semelhante à usada por PMs, com a inscrição "SD PM Paulo.
Segundo o delegado, em entrevista à TV Bandeirantes, o carro que teria sido usado para levar o adolescente seria do filho do sargento.
O caso também está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Militar. Segundo o delegado, é esperado que o policial se apresente. "A gente não tem dúvidas da participação do sargento", afirmou o delegado.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.