Mortes por Covid na Vila Sônia, em SP, crescem 43% em apenas 18 dias
Óbitos pela doença saltaram de 96 para 137 no período, a maior alta percentual na capital paulista
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A Vila Sônia (zona oeste) é o distrito da capital paulista que teve maior crescimento percentual de mortes provocadas pelo novo coronavírus em 18 dias, segundo mapas mais recentes de óbitos pela doença, da Secretaria Municipal da Saúde.
O número de mortes no distrito saltou de 96, conforme o mapa de 31 de agosto, para 137, segundo o de 18 de setembro —41 óbitos a mais ou aumento de 42,71%.
Em quarto lugar no crescimento percentual de mortes no período (veja ao lado) está o Morumbi, distrito vizinho à Vila Sônia.
No Morumbi, as mortes passaram de 47 para 62 (15 casos ou 31,91% de alta).
Em números absolutos, Sapopemba (zona leste) é o distrito com o maior número de mortes (527), seguido pela Brasilândia (zona norte), com 437, e Grajaú (zona sul), com 423.
Segundo boletim divulgado nesta quinta-feira (24) à noite pela gestão Bruno Covas (PSDB), a capital tem 13.527 mortes confirmadas pela doença.
Em nota, a secretaria diz que o inquérito sorológico que está sendo realizado na cidade tem evidenciado a prevalência maior dos casos de Covid-19 entre pessoas que não respeitam o distanciamento social, uso de máscaras em locais públicos e demais medidas de proteção e prevenção. Mas não explica porque houve o salto de mortes em regiões com o da Vila Sônia.
Gloria Selegatto, infectologista da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Sírio-Libanês, diz que é natural algum tipo de variação nos dados sobre o coronavírus.
A médica explica que “é totalmente esperada uma flutuação neste atual momento da pandemia”, de uma forma geral.
A infectologista ressalta que há um momento de estabilização da doença em São Paulo, embora ainda seja necessário cuidado porque a pandemia não acabou.
Por isso, ela afirma que a recomendação ainda é a de se evitar a circulação, quando possível, e de usar máscaras e o álcool em gel.
Mas não é isso que se vê pelas ruas do distrito da zona oeste. A comerciante Cleonice Bezerra, 65 anos, moradora da Vila Sônia, afirma que tem visto muitas pessoas nas ruas sem máscara de proteção. “A gente fica com receito, mas não tem muito o que fazer, só esperar passar tudo isso isso”, afirma.
Jhonny de Jesus Silva, 34, atendente em uma lanchonete no distrito da zona sul, também afirma que tem visto mais pessoas nas ruas sem proteção. “Eu mesmo tenho circulado um pouco mais e, dependendo do lugar, a gente se sente mais tranquilo de ficar sem máscara”, afirma.
Resposta
Em nota, a Prefeitura de São Paulo diz que entre os meses de julho e agosto, dos 96 distritos da capital paulista, 75 registraram queda no número de mortes pelo novo coronavírus.
“É por isso que a prefeitura por meio da Secretaria Municipal da Saúde fortaleceu ações nas regiões que apresentam os maiores números de casos suspeitos e confirmados de Covid-19 na cidade de São Paulo”, diz a gestão Bruno Covas (PSDB).
Segundo a nota, todas as iniciativas de levantamento de informações, orientação e prevenção do novo coronavírus junto à população resultaram na queda dos casos e óbitos na capital paulista decorrentes da doença. “São Paulo chegou a ter 60% dos casos no Brasil e atualmente concentra 8,5% dos casos e menos de 10% dos óbitos no país.”
A administração municipal afirma ainda que que mais de 565 mil pacientes com sintomas leves e moderados, diagnosticados com a Covid-19, já foram monitorados pelas equipes das UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da cidade.
"Nas regiões com Estratégia de Saúde da Família, há intensificação das ações com profissionais de saúde e agentes comunitários de saúde, que orientam a população sobre modos de transmissão e a importância do isolamento adequado, reforçando as medidas de distanciamento social", diz.