Carro que atropelou ciclista foi vendido em 2017, diz dono à polícia
Motorista matou arquiteta e fugiu do local do acidente na zona oeste de SP
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
O dono do Hyundai Tucson de cor prata, com placa de Campinas (93 km de SP), que atropelou e matou a ciclista Marina Kohler Harkot, 28 anos, na madrugada deste domingo (8), na avenida Paulo 6º, em Pinheiros (zona oeste), disse à polícia que vendeu o carro em 2017.
Segundo a SSP (Secretaria Segurança Pública), o delegado que investiga o caso conseguiu contato com o homem que consta como proprietário do veículo e ele afirmou que vendeu o carro em 2017. Ainda de acordo com a secretaria, ele afirmou ter o documento de transferência e se comprometeu a apresentá-lo às autoridades. Sua identidade não foi informada.
O caso foi registrado e é investigado no 14º DP (Pinheiros) como homicídio culposo na direção de veículo automotor e fuga de local de acidente.
Segundo o boletim de ocorrência, a estudante morreu após ser atropelada enquanto pedalava em um trecho da avenida Paulo 6º. O motorista fugiu do local sem prestar socorro.
Uma policial militar de folga estava pelo local e viu o atropelamento. Ela conseguiu anotar a placa do carro e prestou os primeiros atendimentos à vítima. Chamado, o Samu também atendeu a vítima, mas ela não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
A Polícia Militar constatou pelo sistema Detecta que o automóvel passou por diversas vias próximas ao acidente momentos antes do acidente.
A velocidade máxima da via é de 50 km/h, com quatro faixas. Segundo a SSP, a vítima estava na última.
Perfil
O companheiro da estudante contou às autoridades que ela era ciclista havia muitos anos e utilizava a bicicleta como meio de transporte.
Cicloativista, feminista e pesquisadora de mobilidade urbana, Marina tinha a bicicleta como principal meio de locomoção. Em 2018, obteve o título de mestre pela Universidade de São Paulo, com a dissertação “A bicicleta e as mulheres: mobilidade ativa, gênero e desigualdades socioterritoriais em São Paulo”.
Ela também foi coordenadora da Ciclocidade (Associação de Ciclistas Urbanos de SP), deu aulas na Escola da Cidade e foi consultora de projetos no Banco Mundial, além de ter feito parte do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte.
Protesto
Na tarde deste domingo (8), a Ciclocidade (Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo) realizou um protesto na praça do Ciclista, na região da avenida Paulista (centro).
"Hoje, 8 de novembro, vamos nos reunir na Praça do Ciclista para prestar uma homenagem à vida da nossa grande amiga Marina Harkot e protestar sua morte. O motorista que atropelou Marina e fugiu, segue foragido. Basta de mortes de ciclistas e pedestres no trânsito, isso não é normal! #NaoFoiAcidente #BastaDeMortesNoTransito #JusticaPorMarina", diz o texto divulgado no perfil da Ciclocidade nas redes sociais.