Exposição ao sol é o principal fator de risco do câncer de pele

Segundo os médicos, chances de cura são de 90% quando a doença é diagnosticada precocemente

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Martha Alves
São Paulo

Os casos de câncer de pele no Brasil são preocupantes e correspondem a 33% de todos os diagnósticos da doença no país por ano, segundo a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia). Os números de incidência do câncer de pele são maiores do que os de próstata, mama, cólon e reto.

A dermatologista Silvana Coghi, do Hospital São Camilo, explica que a doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Segundo ela, as células se dispõem formando camadas e os diferentes tipos de câncer são definidos de acordo com as que forem afetadas. “Quanto mais profundo o câncer de pele, mais vai aumentando o grau dele e a chance de metástase [quando o câncer se espalha pelo corpo]”, disse.

O tipo mais comum é o carcinoma, responsável por 177 mil novos casos por ano. O dermatologista e coordenador do departamento de oncologia da SBD, Renato Marchiori Bakos, falou que os carcinomas surgem mais em regiões do corpo expostas ao sol, como rosto, pescoço, antebraço e tronco.

O câncer de pele mais raro e letal é o melanoma, que atinge 8.400 casos por ano, de acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer).Bakos explica que em geral esse câncer tem aparência de uma pinta ou sinal na pele com tons mais escuros, que mudam de formato e podem causar sangramento. As chances de cura dele são de 90% quando diagnosticado precocemente.

Além da exposição solar excessiva e sem proteção desde a infância e adolescência, os médicos alertam para outros fatores de risco que levam a maior propensão para a doença, como ter pele, cabelos e olhos claros; sardas, histórico da doença em família, possuir muitas pintas e exposição a câmaras de bronzeamento artificial.

Segundo Silvana, pessoas com sardas no corpo têm uma pele mais sensível ao sol e os raios ultravioleta. “É muito importante avaliar as pintas frequentemente, pegar elas desde o início, porque as chances de cura são muito maiores”, alerta.

As pessoas devem ficar atentas a manchas ou feridas que não cicatrizam, apresentam coceira, crostas e sangramento; pintas que mudam de cor, tamanho e textura; lesão na pele de aparência elevada.

PROTEÇÃO DEVE OCORRER DESDE A INFÂNCIA

Os especialistas defendem que os hábitos cotidianos são importantes na prevenção do câncer de pele. Por isso, a SBD tem lançado nos últimos anos campanhas sobre os riscos da doença de pele decorrentes da exposição excessiva ao sol e sem proteção adequada.

Na última campanha, realizada pela entidade em dezembro, foi destacada a importância de não subestimar a doença e de levar em consideração medidas de proteção desde a infância.

O coordenador do departamento de oncologia da SBD, Renato Marchiori Bakos, diz que o acúmulo de queimaduras solares ao longo da vida, especialmente a infância, é um fator de risco para câncer de pele.

A dermatologista Silvana Coghi também destacou que o problema é que as pessoas passam protetor solar na pele apenas uma vez, não repassam após entrar na água. “As pessoas acham que usar protetor está tudo bem, tudo maravilhoso. Não tomar os cuidados adequados de evitar o sol em horário de pico e de repassar o protetor [solar]. Esse sol acaba sendo um problema bem agressivo para a pele e as queimaduras solares têm um risco muito grande”, enfatizou Silvana.

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