Para profissionais do Tide Setúbal, expectativa da vacina traz esperança
Hospital é referência para o tratamento da Covid-19 na zona leste da cidade de São Paulo
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A médica infectologista Aline de Oliveira, 36, mareja os olho quando lembra do momento em que viu a enfermeira Monica Calazans receber a primeira dose da vacina contra a Covid-19 no Brasil, no domingo (17). Agora, a expectativa é de que ela também entre no grupo dos imunizados.
A vacinação na rede municipal teve início na terça-feira (19) e, a partir desta quarta (20), as doses devem chegar às unidades que atendem pacientes com a doença. Profissionais da linha de frente serão vacinados nos próprios locais de trabalho.
"Isso vai mudar o desfecho da nossa realidade. Eu estou muito feliz. Vivemos uma luta diária, tanto pessoal quanto profissional", afirma a médica, que atua no Hospital Municipal Tide Setúbal desde abril --chegou justamente para reforçar a equipe no combate à doença.
A unidade é referência na zona leste para pacientes infectados pelo coronavírus. A região, segundo o último inquérito sorológico da SMS (Secretaria Municipal da Saúde), é a que tem a maior prevalência da Covid-19 na cidade.
"É uma luz no fim do túnel, apesar de ainda ser um túnel longo que temos que percorrer", afirma o cirurgião Felipe Depoli, 34. Atuando no Tide Setúbal há cerca de um ano, ele lembra que a crise da Covid-19 só vai acabar, de fato, quando a maior parte da população estiver vacinada. Mas, até lá, a perspectiva de receber a imunização já dá um novo gás aos profissionais.
Joel Costadelli, 56, agente administrativo, diz que a expectativa pela vacina na unidade é "unânime". "A gente está no olho do furacão e não vê a hora de chegarem as vacinas. Com certeza, quando chegar a minha vez, eu estou na fila. Mas ainda não sei quando."
Por ora, devido à quantidade de doses recebidas pelo município, a vacinação vai contemplar apenas profissionais que atuam na linha de frente do combate à doença. Segundo a SMS, eles representam cerca de 40% dos 500 mil profissionais da saúde da capital.
A auxiliar de limpeza Eliana Lopes, 35, também diz que quer logo a vacina. "Quero logo parar de usar a máscara e viver normalmente." Ela, que trabalha no hospital há oito anos, diz que esse último foi o mais difícil, especialmente por perder colegas para a doença.
Com a rotina intensa devido ao combate à doença, a enfermeira Laís de Aquino, 31, também espera receber logo a sua dose. Segundo ela, a notícia de que a vacina está chegando deu uma nova esperança para as equipes, que, imunizados, poderão atender melhor os pacientes e estar com mais tranquilidade com os familiares. "A nossa expectativa é de que vai dar certo."