15% dos paulistanos contaminados pela Covid não saíram de casa, diz prefeitura

Inquérito sorológico divulgado pela gestão Covas também afirma que 67% dos infectados entrevistados não frequentaram locais como bares ou academias

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São Paulo

Dados referentes à segunda fase do inquérito sorológico realizado na cidade de São Paulo apresentados nesta sexta-feira (12), durante entrevista à imprensa que contou com a presença do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), e secretários, indicam que 15% dos paulistanos que foram contaminados pela Covid-19 não saíram de casa. Ou seja, podem ter sido infectados por pessoas da residência que não fizeram isolamento ou mesmo por tocarem em algo contaminado pelo vírus.

E 9,5% dos que pegaram a doença foram contaminados mesmo não tendo contato com amigos e parentes além daqueles do seu núcleo familiar.

O inquérito também indica que 67,5% dos infectados disseram não ter frequentado café, bares, restaurantes ou academias.

A pesquisa é feita por sorteio aleatório em toda a capital. Os moradores são abordados por agentes de saúde e precisam assinar o termo de adesão à pesquisa. Uma amostra de 5 ml de sangue é coletada e passa por análise que apontará se a pessoa teve ou não contato com o novo coronavírus.

Nessa segunda fase foram coletadas 1.841 amostras. Destas, 270 deram positivo. O índice de prevalência aferido foi de 13,9%, um pouco inferior aos 14,1% registrados na primeira fase. Como o índice de confiança é de 95%, a prevalência de 13,9% pode chegar a 16,4%.

O estudo aponta ainda que o coronavírus atinge a capital de forma equivalente tanto nos estratos de escolaridade, renda, cores diferentes e demográficos.

“Houve uma diminuição das diferenças entre as prevalências de infecção, considerando-se as regiões do município e as variáveis sócio-demográficas de renda, escolaridade, raça e cor, onde é possível afirmar que há uma disseminação generalizada da doença em toda a cidade”, afirmou o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido.

Apesar de a prevalência maior continuar sendo a da zona leste, 17,2% ante 19,4% na primeira amostragem, a região centro-oeste da capital registrou avanço de forma significativa, passando de 8,1% na primeira fase para 13,2% agora. Aparecido afirmou que esse comportamento já havia sido detectado no inquérito sorológico de novembro de 2020.

Quando a análise é feita por faixa de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), percebe-se que as regiões mais ricas, que concentram o IDH mais alto, permanecem com prevalência bem inferior, de 6,3%, se comparado àquelas com IDH mais baixo, que tem 16,2% de prevalência. O que chama a atenção é o chamado centro expandido, que concentra o IDH médio, com prevalência de 16,4%. ”Já não há, praticamente, diferença da ocorrência da doença na cidade", afirma o secretário de saúde.

Os dados apresentados nesta sexta-feira revelam ainda uniformidade em relação às faixas etárias. Por exemplo, o índice da faixa de 18 anos a 34 anos é de 13,9%, quase o mesmo das faixas seguintes: 14,2% entre aqueles de 35 anos a 49 anos de idade; e 14,7% entre os de 50 anos a 64 anos. Entre aqueles de 65 anos ou mais, a prevalência é um pouco inferior, de 11,1%.

"O resumo desta segunda fase do inquérito mostra, na questão da faixa etária, a aproximação das estimativas de prevalência entre todas as faixas etárias dos moradores da cidade de São Paulo", afirmou Aparecido.

Professores e alunos da rede municipal de ensino da cidade de São Paulo fazem testes do novo coronavírus na Emef Professor Maximo de Moura Santos, na Vila Pauliceia, no Jaçanã, zona norte da capital - Rivaldo Gomes - 1ª.out.2020/Folhapress

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