Movimento nas rodoviárias de SP é 52% menor, mesmo com antecipação de feriados
Terminais estavam vazios e não tinham aglomerações nesta quarta (31)
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"Nunca vi esse lugar tão vazio", diz a autônoma Érica Martins, 39, enquanto esperava um ônibus para Rio Claro no Terminal Rodoviário do Tietê na quarta-feira (31). A rodoviária, junto com Barra Funda e Jabaquara, teve diminuição de 52% no número de embarques e desembarques em março em comparação a março de 2020.
Segundo a Socicam, concessionária responsável pelos terminais rodoviários de São Paulo, o movimento se mantém nesse patamar inclusive desde sexta (26), quando teve início o mega feriado na capital e em cidades da região metropolitana. Também não deve haver alteração de movimento para os dias da Semana Santa.
Érica afirma ter receio de viajar por causa do grande número de casos de Covid-19 no estado. "Só vou porque é o jeito." Para diminuir o risco, diz levar sempre álcool gel e máscaras na bolsa. "Não podemos vacilar."
Nos terminais Tietê e Jabaquara, o movimento era tranquilo na manhã de quarta. Havia poucas pessoas nas áreas de espera e plataformas, sem aglomerações. Algumas delas, contudo, usavam a máscara de forma incorreta.
O casal Jucélio de Oliveira, 52, e Maria Eliene Batista, 52, se despedia em frente ao ônibus que levaria o porteiro a Rio Claro, onde mora e trabalha. "Quando ele vai, leva um pedaço de mim", diz Maria, que é trabalhadora doméstica na capital. Junto, ele leva sempre o kit para se proteger, com álcool gel e máscara.
Os dois, que namoram à distância há três anos, falam que a pandemia atrapalhou ainda mais os encontros, já que não podem viajar como gostariam. Há seis meses eles não se viam. "Atrapalha muito. Fui até dar um beijo de despedida, mas ela disse que não pode tirar a máscara", diz Jucélio.
De acordo com a Socicam, a orientação é de que os passageiros chequem, com antecedência, as informações sobre funcionamento das bilheterias, vendas de passagens e horários disponíveis para embarque diretamente com as empresas de ônibus.
A concessionária afirma que realiza campanha para conscientizar os passageiros sobre os cuidados para evitar a transmissão do coronavírus, além de oferecer dispensadores de álcool gel, lixeiras para o descarte de máscaras, luvas e lenços. Corrimões, botões de elevadores e alças de carrinhos de bagagens são desinfetados "frequentemente", segundo nota divulgada.
Ao redor do terminal Jabaquara, vans e carros ofereciam viagens clandestinas para cidades do litoral paulista. Os valores variavam entre R$ 35 e R$ 40. A procura por elas também era menor --só uma entre cinco vans tinha passageiros embarcados. Segundo uma condutora, era incerto se a procura iria aumentar no fim de semana.